Os Tijolos - Família Atitude
Atitude
1. Modo de proceder ou agir; comportamento, procedimento.
2. Reação ou maneira de ser em relação a determinada(s) pessoa(s), objeto(s), situações, etc.
E aí? Pata ou galinha?
Das definições acima obtém-se um bom resumo para o tópico em questão: (1) modo de agir e (2) modo de reagir.
Os dois casos possuem a mesma essência (o comportamento), com a pequena diferença que, no primeiro, você está sendo ativo, enquanto que, no segundo, passivo. Em ambas as situações, a sua postura dará sinais às outras pessoas de quem você é, ou seja, de que tipo de conteúdo existe dentro de você.
Você já deve ter escutado a expressão “fulano tem atitude”, ou “fulano é um cara de atitude”. Esta expressão nos facilita a entender o oposto de atitude como apatia, indiferença.
Ilustremos com um caso simples e muito comum. O rapaz se casa com uma boa moça e o futuro parece maravilhoso. Só que, com o passar do tempo, a moça percebe que o “bacana” deixa a sua própria mãe interferir demais no relacionamento do casal. Se a mãe dá uma opinião, o rapaz parece que sente a obrigação de seguir.
Eles planejam uma viagem, mas, se a mamãe diz que é melhor não ir para não gastar dinheiro, ele considera desistir.
Quando o bacana resolve colocar uns armários modulados na cozinha, sua esposa demonstra forte preferência por determinada cor e estilo. A mãe do bacana, por outro lado, acredita que aquela não é uma boa escolha e sugere outra que nem ele mesmo nem a esposa gostam muito. Mas lá está ele avaliando a possibilidade…
Do que o bacana está precisando? De atitude.
Ele precisa mostrar que tem conteúdo próprio, que é capaz de decidir e de decidir muito bem.
Essa eterna falta de atitude, essa indiferença quanto à própria opinião muitas vezes reflete insegurança. E a insegurança só demonstra uma coisa: falta de conteúdo.
Historinha.
Imagine um homem de meia-idade que nunca estudou, nunca leu um livro, nunca teve contato com a Internet e por aí vai. Tenho certeza de que você consegue visualizar qual seria a atitude dessa pessoa em um jantar de executivos: acanhado, quieto no seu canto e com um olhar desconfiado. Seria muito difícil considerar a possibilidade de ele tomar o microfone para falar aos convidados, por exemplo.
Mas esse homem tem uma paixão: o seu time de futebol da sétima divisão do interior do sertão de sei lá onde. E a sua atitude é completamente diferente quando ele está na sua cidade junto aos seus amigos, falando sobre o seu time, sobre as escalações dos jogadores de todos os anos – que ele sabe de cor – sobre as conquistas, as vitórias, os grandes desafios superados etc. Nesse assunto, ele possui o conteúdo que lhe confere a segurança necessária para que sua atitude seja oposta àquela do jantar de executivos.
Percebeu como conteúdo e atitude estão relacionados?
A atitude tem uma função informativa: ela é responsável por tornar conhecido o conteúdo. Óbvio é que, se a atitude reflete o conteúdo, uma atitude condenável não indica um conteúdo apreciável.
Como é a atitude que revela o conteúdo, a falta de atenção às suas próprias atitudes (imagem, mencionada anteriormente) poderá enviar sinais aos outros de que você está carente de conteúdo. É por isso que algumas pessoas, apesar de muito inteligentes e capazes, acabam não se desenvolvendo; elas possuem conteúdo, mas não conseguem mostrar isso aos outros.
Mais uma historinha, a da pata, que talvez você até já conheça.
Existe uma lenda a respeito da razão pela qual nós comemos, habitualmente, ovos de galinha em vez de ovos de pata, visto que os ovos de pata são muito maiores e – há quem diga – mais nutritivos.
A razão, mais que conveniente para o caso, é uma só: atitude.
Quando a pata coloca seu grande ovo, ela não faz nada a respeito. Ela sabe que seu ovo tem conteúdo. Isso lhe basta.
A galinha, por outro lado, mesmo colocando um ovo menor, passa o resto do dia enchendo a paciência do mundo inteiro para anunciar que colocou seu ovo.
Por esta singela historieta, podemos ver que a atitude é tão importante que não apenas indica a presença de conteúdo, mas, por vezes, auxilia a minimizar uma eventual desvantagem nesse conteúdo. Essa anedota é, muitas vezes, utilizada no meio publicitário para demonstrar o poder da propaganda – basicamente, o que a galinha se preocupou em fazer.
No item diferenciação falamos sobre a ideia de você ser um produto que as empresas compram. Não é interessante pensar que a atitude seria a propaganda desse produto?
Vamos a outra história – essa verdadeira – para reforçar o poder da atitude.
Um antigo conhecido meu, na época de sua juventude, foi morar nos Estados Unidos e, lá, arranjou um emprego. Havia algumas pessoas de diferentes nacionalidades na empresa, mas a grande maioria dos funcionários era daquele país.
Segundo ele me informou, a política da empresa era a de cogitar a promoção de funcionários não mais que uma vez ao ano. Mas ele foi promovido, em um mesmo ano, três vezes.
Bem, ele é brasileiro. E dizem que o melhor do Brasil é o brasileiro. Certamente que a atitude dele e o seu jeitinho brasileiro foram os responsáveis pela conquista do benefício de ser promovido uma quantidade maior de vezes em uma quantidade menor de tempo.
Obs.: Preste atenção nesta parte da frase: quantidade maior de vezes – quantidade menor de tempo. Falaremos sobre ela mais à frente.
A razão, novamente: atitude.
Mas chega de histórias. Se fôssemos falar sobre cada uma das possíveis atitudes de um ser humano, desviaríamos do nosso propósito.
Você verá, no entanto, que algumas atitudes serão apresentadas como tijolos independentes, pois são virtudes que pedem esclarecimentos e exemplos específicos.
Tem fôlego ainda?
Próximo Tijolo: Esforço.
Índice para todos os tijolos aqui.
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