Os Tijolos - Família Propósito

Oportunidade

1. Qualidade de oportuno.

2. Circunstância adequada ou favorável; conveniência.

Oportuno:

1. Que vem a tempo, a propósito, ou quando convém; apropriado.

2. Cômodo, favorável.

O mundo vai virar de cabeça para baixo agora para quem pensava serem as oportunidades “coisas da vida”.

Falávamos sobre sorte e sobre como devemos encará-la não como um acontecimento fortuito, mas como um merecimento, ou seja, como uma consequência natural – boa ou má – das nossas próprias ações.

A oportunidade é a forma como a suposta “sorte” se apresenta. Aproveitar a oportunidade ou não cabe a você.

As oportunidades são situações favoráveis que acontecem de tempos em tempos e podem estar relacionadas às mais diversas áreas. Citemos, por exemplo, uma oportunidade relacionada às finanças.

Imagine que você descobriu uma opção de investimento com bom retorno e baixo risco logo após ter recebido uma quantia de dinheiro (um grande bônus, uma herança, etc.). Ótimo, certo?

Mas aí você decide gastar em uma coisa aqui, outra ali, reformar uma parte da casa, trocar de carro… e a oportunidade vai embora. Você não fez sua parte – que era não gastar o dinheiro para ter o que investir – e talvez venha a dizer, no futuro, que alguma outra pessoa teve mais “sorte” que você, ainda que a informação estivesse disponível a ambos e, talvez, a outra pessoa até dispusesse de menos dinheiro na ocasião.

Agora, um exemplo sobre outra oportunidade, dessa vez envolvendo o conhecimento. Esse é verdadeiro e aconteceu comigo.

Eu tive uma grande chance de aprender inglês de graça. Melhor que isso, meu professor era um norte-americano nativo. Ele era um profissional de uma empresa americana com uma base também no Brasil, base essa que se encontrava merecidamente na cidade onde eu morava.

Como ele precisava treinar português para melhor interagir com os colegas de trabalho, combinamos de nos encontrar uma vez por semana e conversar durante uma hora. O combinado era eu só falar em inglês e ele só falar em português. Assim, ambos treinavam a língua que queriam aprender enquanto corrigiam o outro, ajudando-o. Parceria perfeita e produtiva.

Porém, o quem mais me chamou atenção a respeito da grande oportunidade dessa aula gratuita será dito mais à frente, no tijolo esforço.

Obs.: O esforço é tão importante que, apesar de ser um tijolo em si, não dá para ilustrar a oportunidade sem mencioná-lo.

Pense no Sol. Ele nasce para todos, todos os dias. Definitivamente, uma pessoa não pode reclamar que recebe menos sol que o seu vizinho. Mas, então, por que as plantas do vizinho são tão mais bonitas? Ele tem uma “planta” BMW na garagem, tem algumas “plantas” em diversos pontos da cidade que ele aluga para ter renda extra, compra “plantas” na Europa quando viaja…

Lembre-se: o Sol é o mesmo. Não dá para reclamar dele. O Sol continuará brilhando, você continuará reclamando e seu vizinho continuará aproveitando.

Como o Amplitudo é muito prático, ele se preocupa apenas com o que se pode mudar. E não podemos mudar o Sol. A partir de hoje, portanto, não considere mais as oportunidades como coisas boas que acontecem a uma pessoa porque ela tem sorte. Considere oportunidade como o modo de aproveitar uma situação.

Percebe a diferença? Não é mais lá fora; é aqui dentro. Quando você perceber que a oportunidade está mais dentro que fora, sua vida vai mudar. E para que isto não pareça conselho barato que todo mundo dá, façamos o que nem todo mundo faz: vamos filosofar um pouco.

Existe uma eterna discussão filosófico-lógica sobre se uma árvore que cai no meio da floresta faz ou não barulho dado que não há ninguém lá para escutar. Qual é a sua opinião? A mais imediata e comum é: “Claro que faz barulho!”. Mas a filosofia pode ser qualquer coisa, menos imediata, e muito menos comum. É a relatividade do pensamento filosófico que nos ajuda a melhor compreender as situações de nossa vida. E como desejamos a Única Condição – queremos nos destacar dos demais – não vamos nos restringir ao comum. Pensemos, pois, de forma relativa.

Um interessante argumento a sustentar que a queda não produz barulho é a inevitável relação que o barulho produz entre aquele que o emitiu e aquele que o percebeu. Se não há ninguém para perceber o barulho, como avaliar sua existência?

– Álvaro, volte ao tema da oportunidade, por favor.

Pois volto. Pense se disséssemos que, na época dos dinossauros, os homens tinham a fantástica oportunidade de abater um animal muito maior do que um búfalo, por exemplo, e, dessa forma, poderiam alimentar um número muito maior de pessoas por mais dias.

Teríamos, porém, um problema: não havia homens na época dos dinossauros. Então, que diabos de oportunidade estamos discutindo?

A discussão da árvore que faz ou não barulho quando cai e este último exemplo dos dinossauros nos leva a formular a seguinte questão: se existe uma oportunidade, mas não há ninguém que possa aproveitá-la, será mesmo que existiu oportunidade?

E se a sua resposta a essa pergunta quis ser um não, então começa a ficar mais claro para você – e não mais parecerá um conselho barato – que a oportunidade está mais dentro que fora.


Próximo Tijolo: Acesso.

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