» Como disparar um processo de entusiasmo contínuo que fará seu interlocutor se apaixonar por você em poucas palavras.
Que tipo de marujo é você se não sabe o momento e o local de lançar âncoras?
Qualquer diálogo é um mar de possibilidades [Álvaro buscando manter a metáfora marítima]. Gostos variados, disponibilidade de tempo, tudo pode influir para que o diálogo seja muito bom – ou muito ruim.
Entenda que você está no comando da embarcação e, portanto, é seu trabalho garantir tranquilidade e, principalmente, eficácia à sua viagem.
Em suma, onde houver um porto seguro, ancore.
– Vai parar logo com essa metáfora chata, não vai?
Vou, prometo. Continue navegando… (aff)
“Diferentes intelectuais chegaram à mesma conclusão: o ser humano gosta demais de ser apreciado.”
Sinto algum pesar quando vejo um excelente livro sendo mal rotulado devido à questionável escolha de seu título.
Este é o caso de Como fazer amigos e influenciar pessoas. Após extensa pesquisa, o autor Dale Carnegie realizou uma extraordinária compilação sobre o comportamento humano, sendo este, seguramente, um dos livros mais úteis jamais escritos – além de muito atual, mesmo após quase 100 anos.
Dale Carnegie é, no entanto, considerado por alguns como “o pai da autoajuda”, e essa alcunha, bem como o título de seu maravilhoso livro, costuma afastar as pessoas mais que atraí-las.
– Está vendendo o livro, Álvaro?
Bem, não exatamente. Mas o conceito que extrairemos dele a partir de agora é muito importante. Mais do que você imagina.
Diferentes intelectuais, usando diferentes palavras, chegaram à mesma conclusão. Vejamos estas sínteses, todas apresentadas no livro de Carnegie:
“Tudo emana de dois motivos: a necessidade sexual e o desejo de ser grande.” – Sigmund Freud
“A mais profunda das solicitações na natureza humana é o desejo de ser importante.” – John Dewey
Particularmente, para “colar na porta do armário”, elegi a citação de William James: “O mais profundo princípio da natureza humana é a ânsia de ser apreciado.”.
– Álvaro, você falava de âncoras, agora mudou para esse livro. Essa oscilação é proposital para dar náusea e reforçar a metáfora marítima ou você se perdeu mesmo?
Ah, meu caro amplituder. Muito refinado seu senso de humor, mas não há qualquer problema com nossa bússola. Observe que continuamos na rota.
As frases supramencionadas (termo chique que aprendi com os advogados) nos revelam um valioso segredo sobre o ser humano: gostar de falar sobre si próprio. Lembra que mencionamos tal característica em edição anterior do Amplinews?
E a maneira como isso nos ajuda a lançar âncoras é indicar onde são os portos seguros.
Preste atenção ao seu próximo diálogo – especialmente se dele depender uma possível ampliação de sua liberdade no trabalho. Quando a pessoa falar sobre si mesma, procure se interessar de verdade. Eu digo, de verdade. Garanto que ela receberá uma injeção de entusiasmo.
Mas, se você realmente quiser fazê-la voar de felicidade, há algo muito melhor. Vá além do simples interesse e ofereça, você também, sua contribuição para o tema – porém o faça de forma a brilhar menos que ela. Quanto mais simplório, melhor.
Exemplo. Você não liga muito para carros. Mas, de repente, está conversando com alguém que liga e, em dado momento, recebe este comentário: “O modelo XYZ da montadora ABC foi, até hoje, o melhor carro já produzido no mundo!”
Ao que você pode seguir com: “Sim, já ouvi isso, e também que o modelo AMP talvez fosse superior em alguns pontos. Mas como eu não entendo muito de carros…”
Âncoras ao mar! Era tudo que seu interlocutor queria, pois agora ele pode ensinar coisas a você e isso o fará se sentir importante. Sim, é simples, eu sei – mas nenhum conceito do livro é tão importante quanto este. Conforme você comece a usá-lo, saberá exatamente do que eu estou falando.
Precisamos nos curvar diante dos amigos William James e John Dewey por suas contribuições para as nossas vidas (não me sinto muito à vontade curvando-me perto do senhor Sigmund).
Despeço-me desejando que os ventos lhe sejam favoráveis e o conduzam a terras de diálogos mais proveitosos. A gente se vê na próxima carta náutic…
– Álvaro, para com isso.
Certo, desculpe. A gente se vê no próximo Amplinews.
À sua liberdade,
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