» Como enganar o relógio de ponto, acumular horas extras, engordar sua rescisão… e continuar sem liberdade.
Recebi um anúncio esses dias com os seguintes dizeres: “Quer trocar de chefe?”.
Quanta maldade. Imagino a esperança que um anúncio desses pode despertar nas pessoas – pessoas com chefes chatos, pessoas sem liberdade.
O anunciante era uma agência de empregos online oferecendo mais de 170 mil vagas para o incauto leitor. Agora, pense comigo: de que adianta trocar de chefe se o novo for igual ao anterior?
Não há para onde fugir. Antes da troca de chefe há algo muito mais importante: a troca da estratégia.
Será que você está usando a estratégia correta?
“O relógio de ponto obriga o funcionário a estar na empresa, mas não obriga ninguém a trabalhar.”
No manifesto A Única Condição, discutimos uma importante alteração nas relações entre as empresas e seus funcionários.
Obs.: Se você recebe o Amplinews, deve ter recebido também o manifesto. Se não recebeu, avise para enviarmos de novo. Agora, se recebeu e não leu, problema seu.
Essa alteração está gradualmente ampliando sua intensidade e fazendo novos adeptos. Você, por exemplo: se você é um funcionário, pode escolher neste exato momento participar da transformação ou ficar fora dela – por sua própria conta e risco.
Sei que poucas são as garantias na vida, mas isto eu garanto: os que fazem parte da mudança são os que têm mais chance de alcançar a tão sonhada liberdade no trabalho.
Para uma amostra, basta comparar a empresa onde trabalho hoje com uma onde já trabalhei.
Não se engane: assim como você, eu sou um funcionário.
Na empresa onde trabalho, não há a necessidade de “trocar de chefe”. Na verdade, eu já fiz isso quando vim para cá, mas o problema antes não era o chefe, e, sim, o formato. A propósito, o chefe anterior é uma excelente pessoa e continua sendo meu amigo até hoje (vai que ele está lendo).
A questão, como você já deve estar começando a perceber, sempre repousa na liberdade. Vejamos. No outro emprego eu ganhava mais, porém participava menos da geração de valor para a empresa.
– Álvaro, isso não tem nada a ver com liberdade no trabalho.
Talvez não. Mas o fato de eu trabalhar (antes) sob um relógio de ponto tem a ver, não tem?
A necessidade do relógio de ponto indica uma realidade herdada das antigas relações de trabalho após o fim da escravidão: tomo mundo desconfiava de todo mundo. Para a empresa ganhar, o funcionário precisava perder. Se a empresa afrouxasse as rédeas, o funcionário afrouxava a “vontade” de trabalhar.
O maligno relógio de ponto, então, sob essa ótica, é um aliado da empresa. Um aliado estranho, é verdade, visto que obriga o funcionário a estar na empresa, mas não obriga ninguém a trabalhar. E muito menos a gerar valor.
Só que pode ficar pior. Muito pior.
Como a empresa onde trabalhei frequentemente “esticava” o expediente, alguns funcionários passavam seus cartões tranquilamente (bem) depois de terem terminado o trabalho, contabilizando várias e impróprias horas extras.
Eu mesmo fiz isso. Mas calma. Foi só para testar a falha do sistema. Na minha rescisão havia 176 horas extras que eu nunca exigi receber, mesmo que entre elas houvesse horas extras verdadeiras – metade, mais ou menos.
Como eu disse: empresa versus funcionários. E o relato acima mostra uma clara característica desse formato: não funciona.
Por outro lado, hoje a coisa é diferente (e ganho mais). Já acordei certa vez às 4h da manhã para visitar um cliente em outra cidade e não fiz questão de receber a mais por isso. Nem por reuniões realizadas à noite. Nem por operações de backup no fim de semana.
Também não fizeram questão de descontar do meu salário o período de três meses em que eu chegava (muitíssimo) atrasado por conta do nascimento de meu filho, que ocupou o lugar antes pertencente às minhas horas de sono contínuo.
E esse sim é um esquema que funciona: [empresa + funcionários] versus desafios da vida. Funciona e existe no mundo real, sendo eu a prova viva disso – assim como outros casos também, que serão contados aqui. Só precisamos saber onde buscar, como construir e como manter essa liberdade.
Torço para que você queira fazer parte dessa mudança e rapidamente possa encontrar sua própria Única Condição.
Especialmente se estiver prestes a ter um filho.
À sua liberdade,
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