Amplinews Extra #1

» Como o Amplitudo pode ajudar as pessoas a repensar o futuro do emprego, da previdência e (por que não?) da felicidade.

 

O Amplitudo é um mapa.

As pessoas me perguntam “Mas o que é, afinal, o Amplitudo?” e, pela cara que elas fazem, percebo que as respostas nem sempre são esclarecedoras.

– E por acaso dizer “o Amplitudo é um mapa” lhe parece esclarecedor, Álvaro?

Para você ver a minha dificuldade em explicar.

A resposta sempre precisa ser acompanhada de alguma complementação, que passo a oferecer agora nesse artigo com título de sonda espacial e que mostra um pouco do “alinhamento planetário” entre as ideias do Amplitudo e o que está acontecendo nesse exato momento no universo do emprego e da carreira.


“Trabalho atualmente em 3 empresas e ainda consigo ter um dia útil livre toda semana.”


Fato: nem sempre desfrutei de liberdade no trabalho.

A Única Condição

Na verdade, o Amplitudo é fruto de uma experiência decepcionante que tive em um emprego (e que está relatada no manifesto A Única Condição, o primeiro de uma série de e-books gratuitos).

Àquela época, coloquei-me no lugar de todas as pessoas que gostam de liberdade mas não conseguem obtê-la nas empresas onde trabalham.

Decidi, então, observar e pesquisar o que poderia proporcionar mais liberdade no trabalho e compor uma espécie de mapa: um conjunto de informações e reflexões com o objetivo de orientar as pessoas aprisionadas em seus empregos chatos.

Se eu consegui? Não sei, mas testemunhos indicam que as ideias amplitudianas estão alinhadas com o que muitos pensam.

Galileu_289_capa

E é exatamente esse “alinhamento” o tema do presente Amplinews extra. De fato, nada tem a ver com “alinhamento planetário”, assim como o título “Galileu 289” nada tem a ver com qualquer edição da famosa sonda espacial. Estamos falando da edição da revista mesmo.

Estou nesse momento em Caxambu, sul de Minas Gerais, curtindo alguns dias de descanso. É certo que, por ser uma viagem em família e o príncipe-herdeiro de 3 anos estar junto, o conceito de “descanso” é muito relativo. Aliás, permita-me fazer duas digressões.


Digressão 1: o contexto profissional

Minha situação hoje é abençoada. Trabalho em 3 empresas (uma quarta está no horizonte) e por mais que pareça sobrecarga, não é, pois mesmo nesse cenário ainda consigo ter um dia útil livre toda semana.

Não sou registrado em nenhum dos lugares (nem poderia, nesse esquema louco) e isso facilita enormemente a logística das férias, que conseguem ser programadas mais ou menos para a hora que me der na telha. Como agora, por exemplo.

O desafio é conciliar a ausência simultaneamente em todas as empresas, mas, convenhamos, esse é o tipo de custo muito bem-vindo pelo benefício a ele relacionado.

– Peraí, Álvaro, você falou que não é registrado? E a aposentadoria? E os seus direitos? E o seguro-desemprego?

Ah, meu caro aspirante a amplituder… Bem se vê que você ainda não está pronto. O caminho definitivamente não é esse, mas aqui não haverá espaço para falarmos em maior profundidade sobre o assunto.

Prepararei outra edição extra do Amplinews para contaminá-lo com minhas ideias estranhas e, tão logo esteja pronta, volto aqui e incluo o link.

Obs.: Se você já for cadastrado no Amplinews – nossa publicação periódica gratuita – será avisado em primeira mão quando formos meter o pau no sistema de aposentadoria do governo. E se ainda não for cadastrado, está esperando o quê, aspira? Só nessa página tem dois lugares diferentes onde você pode se cadastrar (sidebar e footer). #BoraLá


Digressão 2: o contexto geográfico

balneario

Caxambu é um local maravilhoso.

entrada_do_parque

Além de ser o maior complexo hidromineral do planeta, onde você bebe água gasosa diretamente de fontes espalhadas entre plátanos centenários, essa serena cidade sem semáforos é uma joia mineira de 30 mil habitantes onde não há praticamente nada para se fazer – um paraíso para escritores, portanto.

Costumo passar algumas temporadas aqui, pois há muito tempo meu avô construiu uma casa no alto do morro (onde estou agora) e isso facilita bastante os custos de hospedagem.

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O céu nessa região serrana tem um azul belíssimo, especialmente em dias ensolarados de inverno, como é o caso. Não há uma nuvem no céu e estou lendo a mencionada edição 289 da revista Galileu sentado em uma varanda-jardim na entrada da casa, com os pés esticados sobre uma cadeira ao sol. Príncipe-herdeiro dorme. Tudo está calmo e cá estou eu a pensar nos trabalhadores oprimidos e sobre como ajudá-los a desfrutar de mais momentos tão prazerosos como esse.

Inclusive, se um dia você vier a Caxambu, avise-me. Estando eu por aqui, podemos nos encontrar e curtir tudo isso juntos – além de muitos queijos e doces de leite.

Mas voltemos ao nosso tema.


Na fila do supermercado deparei-me com a revista trazendo o seguinte tópico: “como mudanças no trabalho podem melhorar sua vida”.

O conteúdo reflete a atual realidade do mercado de trabalho e antecipa o que pode vir a ser essa realidade em um futuro próximo – exatamente o que o Amplitudo se propõe a fazer.

E aí? Pronto para uma decupagem?

 

A insatisfação com o trabalho (p. 32)

Paz e queijos em Caxambu

A chamada é clara: “Aumenta o número de brasileiros insatisfeitos com o trabalho.”. Endossada pela psicóloga Ana Maria Rossi, que é presidente do Isma-BR (International Stress Management Association), a estatística de insatisfação chega a 72% dos profissionais em diferentes segmentos.

Curioso é que outra matéria da revista, que fala sobre felicidade, aponta o brasileiro como um povo que se diz 70% feliz. Ou seja, a treta é com o trampo mesmo.

Aliás, é sempre interessante lembrar a etimologia de “trabalho”, que a própria revista traz logo na abertura da matéria: a palavra tem origem no termo latino tripalium, um instrumento de tortura da antiguidade. Durma com um barulho desses.

– Barulho de ossos quebrando?

Credo, amplituder, que humor mais sombrio.

 

Um pouco de filosofia complementar (p. 34)

Um plátano centenário

Um grande mapa-múndi mostra os níveis de escravidão nos diversos países. É lamentável saber que nos dias de hoje ainda encontramos práticas como esta em tantos lugares.

– Álvaro, sei que você quer apresentar temas impactantes, mas acho um pouco de exagero comparar a situação dos leitores do Amplitudo à de escravidão. O trabalho pode ser difícil, mas existem leis, direitos, justiça trabalhista e tudo o mais.

Ah, sim, mas esse não é o ponto. Embora o infográfico cite situações de verdadeira escravidão, como tráfico humano e até exploração sexual, meu convite à reflexão repousa em uma definição da organização Walking Free sobre o que é a escravidão moderna: “um ser humano vive em condições análogas à escravidão quando tem sua liberdade restringida por outra pessoa, com a intenção de explorá-la.”

Continua achando exagero essa comparação com a realidade de muitos trabalhadores de nosso país?

Não se preocupe em responder. É só para pensar mesmo. Aliás, aproveitando o momento de reflexão, pense comigo sobre a seguinte questão: o profissional não consegue ir para o trabalho por se encontrar doente em uma cama com 40 graus de febre. Mas, para não ser penalizado, precisa dar um jeito de ir, talvez de ônibus, talvez na chuva, a um posto de saúde para obter, talvez depois de 3 horas, um atestado médico comprovando que ele… não tinha condição de levantar da cama.

Diga lá se não tem alguma coisa errada com a relação entre empresas e profissionais que nelas trabalham? Se quiser, faça seus comentários ao fim do Amplinews.

 

Previdência só com a ajuda da Providência (p. 35)

A estranha comunhão de galhos do plátano (até parece nosso sistema de previdência).

Ladeando o infográfico da escravidão, há uma coluna mortal para os contribuintes do INSS. Como dissemos, não há muito espaço aqui para longas deliberações, valendo ao menos pontuar que a matéria, acertadamente, inclui uma breve discussão acerca das sucessivas alterações promovidas pelo governo nas regras da aposentadoria, todas elas prejudicando quem já contribui para tentar manter ativo um sistema totalmente equivocado.

Mas, como eu não me aguento, adianto um pouco do problema. Diferentemente da previdência privada (ou até mesmo do FGTS), onde o dinheiro que você receberá é o dinheiro que você mesmo poupou, na previdência do governo não é assim. O dinheiro que você paga hoje já está sendo gasto. É ele quem sustenta os atuais aposentados. E quando você aposentar, o dinheiro que o sustentará virá daqueles que, à época, estiverem contribuindo.

Não precisa de muito para concluir que vai dar problema, muito grave e muito em breve.

Três pontos rápidos para você analisar:

  1. Contribuir não é obrigatório. Parece que é, mas não é. Somente a específica situação de registro de funcionário nos moldes tradicionais obriga as empresas a recolher o INSS. Porém, os “funcionários” que na verdade são PJs prestando serviços, os profissionais liberais em geral e toda a massa de microempresários do país simplesmente não paga nada para o INSS se não quiser. Se a coisa continuar caminhando para isso – e parece que continuará – quem vai pagar a conta lá na frente?
  2. As pessoas vivem cada vez mais devido a diversos fatores, como avanços na medicina e informações sobre vida saudável. Vivendo mais, precisarão receber o benefício por mais tempo e retirarão do sistema mais dinheiro do que o previsto. Isso obriga os atuais contribuintes a pagarem por mais tempo (e sem a certeza de se valerá a pena), o que só intensifica o problema do item anterior, pois estimula a descrença no sistema e a opção por alternativas, como a previdência privada.
  3. No longo prazo, a população há de reduzir. Em praticamente todos os países de primeiro mundo o crescimento populacional reduziu e, em alguns casos, já é negativo, ou seja, a população está diminuindo a cada ano. De onde virá o dinheiro dos aposentados, minha gente?

E como se não fossem essas razões suficientes para lamentarmos, de vez em quando ainda vem uma Jorgina da vida e desvia um bilhãozinho, só para sacanear.

Não é à toa que chamamos tanta atenção para a questão previdenciária.

Não é à toa que em nosso manifesto A Única Condição citamos Dan Miller em seu livro Segunda-Feira Nunca Mais: “Em pouco tempo, a maioria das pessoas vai ser responsável pelo próprio seguro, pela aposentadoria e pelos outros benefícios.”

Não é à toa, meu caro amplituder. É porque o assunto é muito sério e as perspectivas não são nem um pouco animadoras.

 

O sonho do empreendedorismo (p. 36)

É verdade que, não fossem os empresários, não teríamos emprego. O mundo precisa de pessoas com iniciativa e disposição para correr riscos ou não haveria o progresso.

O problema, novamente, são as estatísticas. Conforme apresentado nesta revista e em 134.721 lugares diferentes, o índice de “quebra” das novas empresas é altíssimo. Chega-se a dizer que 90% delas evaporam nos primeiros 5 anos. Em outras palavras, se você quiser partir para o voo solo, saiba que somente 10% dos ventos lhe são favoráveis.

Que isso não sirva para você desistir de vez do seu negócio. De repente, como também citamos em A Única Condição, você pode desenvolver sua ideia em paralelo enquanto trabalha em um emprego (convencional ou não) e só mergulhar de cabeça quando sentir que a coisa se estabilizou o suficiente para você não engordar a estatística dos quebrados (na qual, diga-se de passagem, eu mesmo me encontro, pois já tive minha empresa evaporada bem antes do quinto aniversário).

 

O formigueiro urbano (p. 36)

Curiosidade: folha do plátano na bandeira do Canadá

Para romper com esse pessimismo, os dois últimos tópicos trazem uma merecida esperança ao trabalhador.

A revista apresenta um ranking das 14 cidades com o maior tempo de deslocamento da casa para o trabalho. Com tanta cidade no mundo, o Brasil consegue contribuir seis vezes para a lista (São Paulo, Rio, Recife, Brasília, BH e Salvador), sendo que São Paulo e Rio de Janeiro só perdem para Xangai.

– E a parte da esperança, onde está?

Ora, a esperança está nas tais transformações das quais estamos falando. Horários alternativos, home office, ideias estranhas, tudo isso contribui para desafogar esses centros tão congestionados e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O que nos leva, inclusive, ao último item.

 

O que você vai ser quando crescer? (p. 37)

Amplitudo Lifestyle: pés do escritor ao sol

A página final da matéria apresenta duas colunas. Uma é o conhecido ranking das melhores empresas em que se pode trabalhar. Não sei dizer se, sob a específica ótica da liberdade no trabalho, essas empresas são tão fantásticas e, por isso, volto minha atenção para a outra coluna, que sugere algumas “profissões do futuro”.

Trata-se, na verdade, de palpites sobre o que podem se tornar profissões devido a tendências ou novas tecnologias (como “desenvolvedor de tinta para impressoras 3D”, por exemplo).

A parte interessante? Em pelo menos 5 das 10 profissões sugeridas, identifiquei a plena possibilidade de serem realizadas tanto em horários quanto em locais alternativos. E isso, sim, tem muita cara de liberdade no trabalho.

* * *

Menos a título de conclusão e mais de resumão, o segredo é estar com a mente aberta. O mundo sempre mudou e, atualmente, muda muito mais rápido que antigamente. O mundo do trabalho e da carreira não poderia ser diferente (muda também) e oferece a você a possibilidade de se reinventar e descobrir novos rumos a todo instante – e de curtir uma semana em Caxambu.

Mente aberta, amplituder.

À sua liberdade,

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Crédito das fotos: é ieu, uai.

> Legendas das Imagens (na ordem em que aparecem):

1. Capa do e-book “A Única Condição”
2. Capa da revista Galileu (edição 289)
3. Formulários de cadastro no Amplinews (sidebar e footer)
4. Balneário do Parque das Águas em Caxambu
5. Entrada do Parque
6. O impecável azul do céu das Gerais
7. Caxambu: reduto de paz (e queijos)
8. Um plátano centenário
9. A estranha comunhão de galhos do plátano (até parece nosso sistema de previdência).
10. A folha do plátano
11. Curiosidade: folha do plátano na bandeira do Canadá
12. Amplitudo Lifestyle: pés do editor-chefe ao sol


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O que é o Amplinews ?

Um informativo com algumas sugestões para você ampliar (ou parecer que ampliou) suas competências e, assim, conquistar mais liberdade no trabalho.

Comentários (0)

  • porque tv desliga sozinha Responder

    Olá para cada um , porque sou genuinamente ansioso
    de ler isto site do post a ser atualizado regularmente .
    – carrega boa material.

    26 de outubro de 2018 at 20:03

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