Os Tijolos - Família Atitude
Imagem
1. Representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de objeto.
2. Representação exata ou analógica de um ser, de uma coisa; cópia.
3. Aquilo que evoca uma determinada coisa, por ter com ela semelhança ou relação simbólica; símbolo.
4. Representação mental de um objeto, de uma impressão, etc.; lembrança, recordação.
– Mas, Álvaro, você acabou de dizer que a imagem não era importante…
Ôpa, talvez não tenha sido bem isso. Aliás, o fato de alguns usarem de uma imagem para mascarar eventual falta de conteúdo já é assunto do nosso maior interesse. Afinal, quem deseja ser enganado?
A imagem é, sim, muito importante. Tudo quanto existe no mundo primeiro nos oferece sua aparência; depois, a chance de um conhecimento em profundidade. E quando o intervalo entre aquele momento e esse se mostra muito grande, por todo o tempo a única coisa de que dispomos para estabelecer algum julgamento é a imagem percebida.
Se pensarmos no oposto da imagem como sendo o descuido, talvez fique mais fácil aceitá-la como um valor em si. Veja a diferença entre uma pessoa elegante e uma desleixada. Perceba a diferença entre uma bela residência e um casebre.
– Ah, mas se a pessoa elegante tiver uma moral condenável ou se a bela residência for um lar infeliz, de nada adianta.
Concordo totalmente. Por isso nunca a imagem será superior ao conteúdo. Mas, em situações de equivalência entre conteúdos, a imagem representa indiscutível vantagem.
As definições 3 e 4 acima nos remetem ao conceito que mais desejamos reter, que é a relação da imagem com o que ela representa. Uma imagem ruim há de sugerir um conteúdo ruim, ainda que a verdade seja completamente diferente disso.
Vejamos a história. O romano Júlio Cesar deu à sua esposa uma ordem de divórcio por um ato de pouca importância – e que ele nem mesmo considerava culpa dela. Mas as pessoas não partilhavam dessa opinião e ele, enquanto figura pública, precisou sair com essa: “À mulher de César não basta ser honesta. Ela precisa parecer honesta.”.
Essa conduta só reforça a importância que a imagem possui. Lembre-se de que Júlio Cesar conhecia bem – é o que se espera – a própria mulher a ponto de poder com segurança julgá-la inocente da falha que lhe atribuíam. Mas o povo romano só podia dela fazer julgamento através do que lhe estava sendo transmitido. E o que estava sendo transmitido era, infelizmente, uma imagem ruim.
Próximo Tijolo: Atitude.
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