Está apto mesmo?

» Como o desenvolvimento da linguagem e da expressão contribuem para ampliar o salário e a liberdade no trabalho.

 

Quanta aventura vive aquele que seleciona currículos para entrevistas. Vem de tudo, acredite.

Alguns candidatos realmente surpreendem e apresentam habilidades em setores muito diferentes, como ser bom em matemática e, ao mesmo tempo, em artes plásticas ou dramáticas.

Infelizmente, porém, hoje em dia existe algo que não surpreende mais: os erros de português. Aliás, ocorre exatamente o contrário – em meio ao caos linguístico, o que surpreende é um texto bem escrito, com alguma elegância e sem pedantismo.

A questão é: se tudo parece estar irremediavelmente perdido, faz diferença saber se expressar?


“Uma boa capacidade de expressão tem muito valor. E o que gera valor gera liberdade.”


Vamos refletir um pouco sobre o assunto pois, afinal, quando começamos a encontrar “estou apto a se adequar” nos currículos – caso real, acredite – a preocupação aumenta.

Aquele que não se expressa bem certamente alegará que, em um mundo onde todos se expressam mal, os recrutadores não poderão se dar ao luxo de exigir essa habilidade. Bem, essa prática é muito feia e tem nome: chama-se “nivelar por baixo”.

Mas o pior não é isso. Ao contrário do que pensa o colega iletrado, não são absolutamente todos que se expressam como ele. Ainda há esperança no mundo. Ainda há os que se expressam bem.

Sim, eles existem e, em geral, são os que conseguem os melhores empregos, sendo que “melhores empregos” significa muito mais que simplesmente um salário mais alto.

Comece pensando assim: quem se expressa bem costuma tirar a empresa onde trabalha de algumas enrascadas. Isso tem muito valor. E o que gera valor gera liberdade.

Exemplo: uma importante reunião com um grande cliente será conduzida por um experiente funcionário da empresa.

Na última hora, sem avisar, o tal funcionário desaparece. Trânsito, comida estragada, sequestro relâmpago, abdução por alienígenas… Não importa o motivo. Ele não está lá.

Eis que surge, do nada, alguém que, embora não tenha sido previamente instruído, sabe se expressar muito bem. O desafio: se ele não conhece o assunto, vai se expressar bem sobre o quê?

Nosso salva-vidas, porém, sabe algumas coisas. Na busca por melhorar sua expressão, ele aprendeu também a importância de ouvir. Sabe, inclusive, algo muito mais valioso: comanda a conversa quem faz as perguntas, não quem dá as respostas. Munido dessa vantagem, ele se inteira do assunto, fazendo as perguntas certas para que o cliente, às vezes sem perceber, revele pontos importantes onde um diálogo produtivo possa se apoiar.

Obs.: Em uma edição futura do Amplinews falaremos sobre uma ferramenta poderosa para criar intimidade com o seu interlocutor. Aguarde.

Após algum tempo, ele sabe o suficiente sobre o cliente e, não raro, já lhe arrancou dois ou três sorrisos. Se depois acontecer de o cliente passar a preferir ter suas reuniões com esse novo profissional, paciência. Azar do abduzido.

Perceba que o valor da habilidade de expressão é incalculável. Não fosse o salva-vidas, um grande mau humor ou um forte descontentamento poderia ter surgido no cliente. Talvez a relação poderia ficar seriamente comprometida, vindo a se romper, mais cedo ou mais tarde.

Agora, pense comigo: será que um profissional com essa habilidade deve ganhar bem?

– Mas, Álvaro, você disse que “melhores empregos” significava mais que simplesmente um salário mais alto.

Certo, então, pense comigo de novo: será que um profissional com essa habilidade desfruta de altas doses de liberdade no trabalho? E agora a gente junta tudo e finaliza.

A habilidade é valiosa, pois gera valor. Ao mesmo tempo, o contexto mostra que ela é rara, e está ficando cada vez mais rara – ou seja, mais valiosa. Se um profissional dessa natureza não encontrar condições excepcionais de trabalho (= liberdade), sabe o que vai acontecer? Ele buscará outro lugar para trabalhar.

E sabe quais empresas desejarão tê-lo entre seu quadro de funcionários? Todas.

Diante disso, fica a opção de buscar desenvolver uma boa expressão – e viver a liberdade que vem junto dela – ou continuar a enviar currículos dizendo “estou apto a se adequar” e ver o que acontece.

 

À sua liberdade,

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