» Como forçar a criação de intimidade em relações profissionais formais e ampliar a confiança entre as partes.

Amigos confiam uns nos outros. Mas, e nas relações profissionais? Será que o mesmo acontece?

Você pode confiar no seu amigo (espera-se, pelo menos) pois existe uma intimidade entre vocês que acelera o entendimento e perdoa falhas.

Não seria interessante se suas relações profissionais, sejam elas com chefes, subordinados ou clientes, fossem assim também? Imagine o valor de ter o entendimento acelerado ou as falhas perdoadas no relacionamento com o seu cliente, por exemplo…

No Amplinews #3, prometemos uma ferramenta para ampliar a intimidade com o seu interlocutor. Bem, se prometemos, está na hora de que cumprir.

“Curioso conselho: faça a uma pessoa uma confissão falsa e ela lhe fará uma verdadeira.”

A ferramenta é simples. Mas, antes, vamos pensar um pouco. Você já se perguntou em que consiste a intimidade? No dicionário está assim: qualidade do que é íntimo. E para íntimo, encontramos “o que está muito dentro, muito interno”.

Ou seja, você tem intimidade com uma pessoa quando com ela compartilha informações muito “internas”, dessas que não compartilharia com todo mundo. Afinal, você não vai sair se escancarando assim para qualquer um, certo?

Pois isso é exatamente o que ocorre entre amigos: você compreende e perdoa as falhas e seu amigo pode se abrir com você. Só que atingir esse estágio demora muito e você pode não dispor de todo esse prazo em suas relações profissionais. É necessário acelerar as coisas e aí entra a nossa arma secreta.

AVISO: em algum momento desse Amplinews será necessário dizer “merda” para fins didáticos.

Quantas vezes forem necessárias, citarei o excelente livro de Robert Greene As 48 Leis do Poder. Lá você encontra a seguinte recomendação: “Faça a uma pessoa uma confissão falsa e ela lhe fará uma verdadeira.”

Esta frase ilustra tão bem nossa arma secreta que figura como citação neste Amplinews (se você ainda não recebe o Amplinews por e-mail, cadastre-se nessa aba lateral à direita – ou lá embaixo, se você estiver lendo na versão mobile).

Este é o segredo, portanto, para ter intimidade quando não se tem tempo: forçar a intimidade. Você pode até dizer que é ridícul…

– Sim, Álvaro, isso é totalmente ridículo.

Não falei? Caaalma, amplituder. Um mundo novo se apresenta à sua frente. Seja mais receptivo.

A ideia acima não é ridícula de forma alguma e por uma razão muito simples: funciona. Funciona e mais liberdade no trabalho proporciona. Rimou.

O segredo da ferramenta, como quase sempre acontece, não é o que fazer, mas como. Vejamos.

Se você quiser forçar a intimidade com o cliente tirando a roupa, por exemplo, arrisco dizer que poderá, no mínimo, perder seu contrato.

Por outro lado, se você lhe revelar – esta é a chave – algo que visivelmente você não falaria a qualquer um, a outra parte se sentirá à vontade para fazer o mesmo. Acredite, todos temos algumas coisas para desabafar, e quando surge uma oportunidade, não deixamos escapar. É tentador demais falar sobre si próprio.

E a sua revelação nem precisa ser uma mentira, como parece sugerir Robert Greene. Aliás, prezando pela ética amplitudiana, nem deveria. Basta que seja algo íntimo o suficiente e pronto. Lá está a sua intimidade de micro-ondas em três minutos.

– Álvaro, você está dizendo que consegue isso em 3 minutos?

Bem, foi apenas uma metáfora para usar a piadinha macarrônica mas, se não em três minutos, certamente, já logo no primeiro encontro. Isso sim eu já fiz, e várias vezes. Um exemplo de uma dessas vezes e encerramos, ok?

– OK.

Certa feita, um potencial cliente se apresentava muito formal e, com isso, a distância entre nós era enorme. Tanto ofereci algumas revelações íntimas que, em algum momento, ele disse “Pois é, isso aí é uma merda!”.

Pronto. A distância desapareceu. Ninguém fala “uma merda” em um primeiro encontro formal com um possível parceiro comercial. Mas tudo bem, porque, àquela altura, não precisávamos mais ser parceiros comerciais. Já éramos amigos íntimos e assim é mais fácil fechar negócio. Porque amigos confiam uns nos outros.

Essas manobras linguísticas são tão interessantes – e tão úteis – que no próximo Amplinews vamos explorar essa ideia em mais uma ferramenta, também muito interessante.

E também muito útil.

À sua liberdade,

Álvaro Nascimento Vieira

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