A Única Condição (p. 3)

 

INTRO

Definitivamente, eu gostaria de me atirar de um penhasco.

Quem me conhece sabe que gosto muito de observar os pássaros. Já me questionei sobre a razão para este particular interesse e, quando percebi que sentia algo semelhante por aviões, a resposta começou a aparecer: o voo.

O voo representa, para mim, uma das melhores expressões de liberdade. Sempre foi um dos maiores desejos do homem desde os tempos mais remotos – e que, cá entre nós, mesmo tendo sido alcançado com o invento do avião, jamais chegará perto do que um pássaro deve sentir.

Como você poderá perceber, ficará cada vez mais evidente que a liberdade é algo muito importante para mim. Desnecessário é dizer, portanto, a forma como me sinto quando vejo um pássaro preso em uma gaiola.

Se eu fosse um radical, poderia sair por aí abrindo as gaiolas de todos os pássaros para eles viverem em liberdade. Mas aprendi que não é pela força, mas pela razão, que se deve tentar convencer os outros.

Não posso dizer, inclusive, que já não tentei. Mas os criadores de pássaros têm uma estranha justificativa para manter os bichos presos. “Se eles forem soltos, morrerão de fome, pois não sabem viver por conta própria.” – dizem eles.

Minha pergunta é uma só: e se eles não tivessem sido presos em um primeiro momento? Vou além. Se os pássaros pudessem ser questionados a respeito, acredito que muitos prefeririam arriscar morrer de fome em liberdade a continuar presos em uma gaiola, tendo asas que não podem usar.

E não é absurdo pensar assim. Lembre-se de todos os povos subjugados na história da humanidade que lutaram e pagaram com a própria vida para conseguir liberdade. Isso mostra quanto a liberdade é importante para algumas pessoas.

Mas nosso objetivo não é falar sobre pássaros ou povos antigos. Nosso objetivo é falar sobre você e sobre as suas asas – que talvez também não estejam sendo usadas…

Vê-lo sendo oprimido por condições ruins de trabalho ou por um chefe perturbador é algo que me entristece, pois esta é a gaiola que o prende neste momento, que o impede de voar, de voar sempre que quiser e da maneira que quiser.

Obs.: Antes que você interrompa a leitura para sair reivindicando seu direito à liberdade no trabalho, peço calma. Peço calma e lhe adianto um conceito amplitudiano sobre o qual conversaremos mais à frente: a liberdade vem com a geração de valor.

Fruto desse sentimento de inconformismo nasceu o Amplitudo. Meu objetivo é auxiliar pessoas que trabalham em escritórios a conquistarem tanta liberdade quanto elas desejarem.

– Por que escritórios? – você pode perguntar.

Falaremos melhor sobre isso posteriormente, mas uma boa razão pode ser oferecida desde já: eu trabalho em um escritório. Assim, imagino que me seja possível avaliar alguns perigos e algumas oportunidades para as pessoas que estão em condições muito semelhantes às minhas.

Quando falarmos sobre empresários e sobre pessoas em busca de uma colocação profissional, você mesmo concluirá que o Amplitudo, pela natureza do seu conteúdo, não se restringe apenas a pessoas que trabalham em escritórios. Mas, por enquanto, finja que eu não disse isso…

Acima de tudo, o que impulsiona a elaboração de projetos como o Amplitudo é o sentimento de realização proporcionado pela transmissão do conhecimento.

Certa vez, na Bienal do Livro em São Paulo, conversava eu com um prestigiado autor sobre a possibilidade de ele ser citado no Amplitudo. Eis a resposta do autor-autoridade: “O que eu desejo é exatamente transmitir meus conhecimentos para os outros no sentido de ajudá-los. Respeitando, é claro, as regras das editoras, o conhecimento pode e deve sempre ser amplamente difundido.”.

Situações como esta nos indicam uma realidade mais que comum: os que possuem algum conhecimento desejam compartilhá-lo. Posso dizer que, mesmo sem ser um autor-autoridade, estou também nesse barco e sinto um grande desejo de compartilhar com você as experiências que tenho vivido ou observado.

Antes, contudo, de passarmos a um maior detalhamento de como o Amplitudo poderá auxiliá-lo, gostaria de dar dois breves avisos. Um tem a ver com histórias e, outro, com repetições.

Você perceberá que, muitas vezes ao longo do texto, são contadas histórias – ou são fornecidos exemplos que se parecem com histórias. Isso pode ser ou não do seu agrado, mas garanto que não é à toa: funciona.

O motivo pelo qual isso funciona é muito bem conhecido em meio aos professores e, de tão conhecido, é constantemente citado. Para ilustrar, pegarei aqui um trecho do livro Outliers, de Malcolm Gladwell:

“Formulamos ideias novas por analogia, transportando aquilo que sabemos para o que não sabemos”.

Por essa razão, algumas histórias podem ser muito úteis para ilustrar um conceito que, se apresentado apenas tecnicamente, poderia não ser bem compreendido.

E, ao falar em conceitos, entramos na esfera no segundo aviso: as repetições. Talvez muito do que será apresentado aqui você poderá dizer que já ouviu antes. Ou que é óbvio o suficiente para descobrir por si mesmo. Concordo, pois isso já aconteceu comigo várias vezes, e continua a acontecer, por exemplo, a cada novo livro que leio.

Porém, aprendi a estar com a mente sempre aberta, pois, frequentemente, uma mesma coisa dita de outra forma pode despertar um sentimento ou uma ideia totalmente nova, e não é raro que acontecimentos assim mudem a vida de uma pessoa.

Digo mais. Uma mesma coisa dita exatamente da mesma maneira, só que em um momento diferente, suscitará outras percepções. E a razão é muito simples: a coisa é a mesma, a maneira é a mesma, mas a pessoa nunca é a mesma.

Você, por exemplo, após estas poucas páginas, talvez já não seja o mesmo. Talvez esteja se sentindo mais confiante. Talvez até tenha voltado a alimentar seus sonhos de liberdade…

Pois, então, não os deixe morrer novamente.

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