Expressão

1. Enunciação do pensamento por meio de gestos ou palavras.

Nem me preocupei em buscar outras definições porque esta é tudo de que precisamos. Observe-a novamente: enunciação do pensamento.

Agora, vamos a um teste de lógica em uma questão:

1. Se sua expressão é a enunciação do seu pensamento e sua expressão é ruim, seu pensamento parecerá:
2. a) ruim

   b) ruim

   c) ruim

   d) ruim

   e) todas as anteriores

Por isso, quem não se expressa bem não transmite confiança, ainda que tenha a melhor das intenções.

Faço um rápido resgate do que dissemos no tijolo atitude:

“Como é a atitude que revela o conteúdo, a falta de atenção às suas próprias atitudes poderá enviar sinais aos outros de que você está carente de conteúdo. É por isso que algumas pessoas, apesar de muito inteligentes e capazes, acabam não se desenvolvendo; elas possuem conteúdo, mas não conseguem mostrar isso aos outros.”

Perceba que com a expressão ocorre a mesma coisa. Veja o desperdício: anos de estudo intenso e de boas atitudes, um sólido histórico constituindo excelente reputação, tudo isso perdendo o valor devido à incapacidade de se expressar. Dói só de imaginar…

O poder da expressão é tão grande que o contrário também vale. Uma pessoa completamente destituída de valores morais ou mesmo de um bom histórico é capaz de convencer e conquistar confiança se souber se expressar, sendo essa a origem de todo o tipo de enganação, premeditada ou não.

Esse tipo de ardil se estabelece quando a maneira como uma pessoa se comunica lhe confere tanta autoridade e confiança quanto o faria o conhecimento. É por isso que algumas pessoas nos convencem com mentiras – porque, quando bem contada, a mentira se parece demais com a verdade.

Há tantas coisas a serem ditas sobre a expressão que transformariam o Amplitudo em um tratado linguístico, o que não é o caso. Já falamos anteriormente, por exemplo, sobre a clareza e sobre sua importância. Acredito ser desnecessário dizer o quanto esse item é importante na expressão, que ainda sofre influência de muitas outras coisas.

Analiso constantemente o clássico modelo da comunicação* para estudar as condições que interferem na eficiência da comunicação. Tenho me deparado com diversos itens, entre eles as condições do meio, o conhecimento do assunto por parte do emissor e do receptor, a convicção por parte do emissor, o conhecimento de elementos prévios por parte do receptor e até a condição física de ambos. O assunto tem se mostrado cada vez mais interessante e, se você quiser, podemos conversar mais sobre ele em outra oportunidade.

* O modelo de comunicação foi proposto/discutido por diversas autoridades linguísticas, tais como os precursores Shannon & Weaver e Jakobson.

Enfim, trata-se de uma grande lista. Com o tempo, você perceberá, por exemplo, que itens como beleza ou ritmo podem não ser os mais fáceis de mensurar, mas certamente influenciam na qualidade da expressão, principalmente levando em conta o público que receberá a mensagem (o que nos lembra outro tijolo: a adequação).

Por fim, gosto de recomendar o desenvolvimento das habilidades de expressão por outra razão: meu permanente interesse pelo tema felicidade. Acredite, você será mais feliz se se expressar melhor.

E, para reforçar minha opinião, utilizo-me das palavras de David Wood em seu livro Get Paid for Who You Are, sobre como o ato de escrever transcende a questão meramente técnica: “Você se impressionará com o que consegue produzir e com o quanto é bom compartilhar isso com os outros.”.

Próximo Tijolo: Definição e Precisão.

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