Os Tijolos - Família Lógica

Lógica

1. Coerência de raciocínio, de ideias.

2. Conjunto de regras e princípios que orientam, implícita ou explicitamente, o desenvolvimento de uma argumentação ou de um raciocínio, a resolução de um problema, etc.

Será que este tijolo vai conseguir não ser chato? Vejamos…

Procure se lembrar de quantas vezes você diz ou ouve alguém dizer “é lógico”. Garanto que serão várias, pois o conceito embutido nesta expressão é dos mais naturais e intuitivos.

É tão natural que, se você atirou uma pedra para o alto, não precisa dizer que, em seguida, ela voltou ao chão. É lógico que ela voltará, uma vez que a gravidade está sempre presente.

É tão intuitivo que você também não precisa dizer que a pedra subiu “para cima”, porque se subiu, é lógico que foi para cima.

A lógica, como a própria definição nos mostra acima, é a coerência de ideias, ou seja, a ligação ou o nexo entre os fatos. A razão humana, uma das poucas características que nos diferencia de qualquer outra espécie, opera segundo um conjunto de condições que devem ser respeitadas (regras lógicas), pois é através dessas condições que ela consegue estabelecer relações, e é através dessas relações que nós aprendemos.

Por uma questão de óbvia economia, nossa mente não se atém, naturalmente, à falta de lógica. Ela quer compreender as coisas. Por isso, o que tem lógica atrai a atenção da razão. O que não tem lógica a razão repele.

Creio não ser este o melhor espaço para um estudo mais detalhado do tema, com análise de coisas de nomes estranhos como silogismos e falácias. Mas é importante buscar, se não o conhecimento teórico, ao menos a aplicação prática.

Veja isso: “Se não chover, irei ao cinema. Se chover…?”.

Esta clássica proposição-questão é respondida por grande número de pessoas como “não irei ao cinema”, quando o correto seria “não há informações para tal conclusão”. Ora, só foi apresentada a possibilidade relacionada à situação sem chuva. Nada foi dito acerca da situação com chuva. A frase completa poderia ser apresentada dessa forma sem carecer de lógica: “Se não chover, irei ao cinema. Se chover, irei com uma capa de chuva, pois estou decidido a ver o filme.”. Essa brecha existe porque a proposição não disse “somente se não chover, irei ao cinema”.

Obs.: A única conclusão que se pode tirar é esta marcha a ré: se a pessoa não tiver ido ao cinema é porque choveu – o que é diferente de “se chover, ela não irá ao cinema”. Mas, agora sim, pode ser que tudo isso esteja ficando chato demais. Melhor parar por aqui. Se você quiser ir adiante nessa loucura, podemos conversar em particular depois…

O treinamento de nosso pensamento dentro da lógica nos permite um melhor desempenho em alguns tijolos, como o cenário. Você deve se lembrar da recomendação dos fundos de investimento: rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Esse aviso serve para espantar a lógica existente no tijolo histórico, pois, em caso de aplicações financeiras, essa regra não se aplica.

Mais para frente, falaremos também da importância do conhecimento matemático na vida das pessoas. Desde já fica a dica, para o caso de você já querer se mexer. A matemática ampliará a lógica e isso, como veremos nos tijolos seguintes, aumentará a sua autoridade e a confiança que as outras pessoas têm em você.

Nos Analectos, de Confúcio, lemos que, entre as características desejadas para um cavalheiro – ou seja, exemplos de virtudes – uma delas é agir de acordo com suas próprias palavras. Nada mais lógico. Nada mais coerente. Nada tão necessário nos dias de hoje, prática em que tantas pessoas costumam falhar – nem sempre por falta de caráter, mas, às vezes, somente por falta de raciocínio lógico.

A lógica é algo tão sério que, quando não se deseja parecer sério, basta faltar com a lógica. É o que os humoristas fazem frequentemente e é o que muitas piadas são: quebras de lógica.

Lembro-me de uma pequena graça que meu pai costumava fazer quando éramos crianças:

“Eu estou de um lado do rio e você está do outro, mas eu quero muito estar com você… Será que você não me empresta o seu velocípede?”

O total absurdo dessa proposição nos fazia rir. E agora vem a conclusão onde repousa o mais profundo valor deste tópico, pensando naquela Única Condição que você – supostamente – tanto deseja atingir.

Preste atenção.

Se para fazer graça, isto é, para não ser levado a sério, basta faltar com a lógica, é natural que, quando eu desejar ser levado a sério, eu não faça isso.

Lógico, não? E o resultado [lógico] desse raciocínio é esta preciosíssima constatação: se você não conseguir ser lógico, não conseguirá ser levado a sério.

Eu pediria que você lesse novamente essa última frase, mas você poderia ficar tentado a não o fazer. Por isso, cá está ela de novo, agora em destaque: se você não conseguir ser lógico, não conseguirá ser levado a sério.


Próximo Tijolo: Justiça.

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