Os Tijolos - Família Realidade
Limite
1. Linha de demarcação.
2. Parte ou ponto extremo; fim, termo.
3. Ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar.
Quantos não se perdem, ou perdem qualquer outra coisa, simplesmente por não saberem respeitar os limites?
Quanto a isso, infelizmente muitas características de nossa sociedade em nada contribuem para a melhoria dos indivíduos. Dois exemplos rápidos: crianças e bancos.
É mais do que sabido que se a uma criança não forem impostos limites, ela possivelmente desenvolverá toda a sorte de indisciplina, arrogância e desrespeito. Sabido, sim, mas, muitas vezes, não praticado. Muitos pais, diante de um comportamento indesejável de seus filhos, alertam: “da próxima vez que você fizer isso irá para o seu quarto” (ou alguma punição equivalente).
Mas, então, quando há a reincidência, em vez da atitude prometida (a punição), temos um novo alerta: “eu já falei que você vai para o seu quarto se continuar fazendo isso, ou pensa que eu não estou falando sério?”.
Bem, eu tenho certeza de que essa pessoa não está falando sério. Pior, a criança também. E a razão é simples: ela não cumpre o que prometeu. Estabelece um limite, mas não o respeita.
Esse tipo de postura leva nosso pequeno infante a invadir limites por toda a vida, simplesmente por considerar esta uma prática sem maiores consequências.
O outro exemplo. Em sua conta bancária, temos um limite natural chamado zero. Em teoria, quando não se tem dinheiro, não se pode gastar.
Mas não é bem assim. O banco, amigo seu que é, oferece um limite, uma quantidade de dinheiro disponível que você pode gastar mesmo sem ser seu.
Está plantada a semente do mal, mas, até aí, tudo parece sob controle. Você já tinha um limite teórico (o zero) e o banco instaurou um novo. Então, ocorre algo muito estranho quando você emite um cheque relativamente baixo que, para ser saldado, ultrapassa o seu limite: o banco aceita.
Claro, que, por ter ultrapassado o limite, ele cobra uma taxa a mais de você. Mas não fica triste, bravo, nem mesmo reduz seu benefício. Pelo contrário, quando o banco percebe que isso acontece com alguma frequência, não só fica rico como muito feliz.
Limite?
Definitivamente essa palavra não é uma escolha feliz para a prática acima descrita. E é por não serem treinadas corretamente dentro desse conceito que tantas pessoas sofrem nas mais diversas áreas, em especial as finanças, os relacionamentos e a saúde.
Podendo durante toda a vida ultrapassar esses “limites” que supostamente foram criados para não serem ultrapassados, quando encontram um verdadeiro limite na vida as pessoas nada fazem para se manterem dentro dele. É quando, então, são demitidas, arranjam brigas, têm tendões rompidos, desenvolvem cirroses, colapsam por estresse etc. Tudo por não conhecerem a arte de respeitar os limites.
E já que estamos no limite de mais um grupo de tijolos (brincadeirinha infame), não nos esqueçamos da essência desta família: a realidade. A vida sem limites é uma vida de ilusão, uma vida onde você evita a realidade em vez de administrar os desafios que ela lhe convida a vivenciar.
Próximo Tijolo: Base.
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