Os Tijolos - Família Realidade

Modelo

1. Objeto destinado a ser reproduzido por imitação.

2. Aquilo que serve de exemplo ou norma.

3. (Fís.) Conjunto de hipóteses sobre a estrutura ou o comportamento de um sistema físico pelo qual se procuram explicar ou prever, dentro de uma teoria científica, as propriedades do sistema.

4. (Inform.) Representação simplificada e abstrata de fenômeno ou situação concreta, e que serve de referência para a observação, estudo ou análise.

5. (Inform.) Descrição formal de objetos, relações e processos que permite, variando parâmetros, simular os efeitos de mudanças de fenômeno que representa.

A boa preparação ao fim do tópico anterior nos deixa um trabalho mais fácil aqui. Resgatemos a mesma estrutura: o modelo é uma analogia, uma simulação; uma análise do que já se observou em outra área do conhecimento, como uma comparação no espaço.

Obs.: Recomendo que você compare atentamente o grifo acima com o grifo correspondente no fim do tijolo anterior (cenário).

É a imaginação utilizada para conceber modelos que nos permite desenvolver nossa empatia. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e, quando você faz isso, está utilizando um modelo. Afinal, você toma a situação que ela está vivenciando e procura aplicá-la a si próprio para tentar sentir o que ela sente.

Observando as definições emprestadas da física e da informática (3, 4 e 5), vemos que o modelo é uma ferramenta que visa explicar, representar ou simular uma situação. Mas isso não se restringe à física ou à informática. Quando você se utiliza de uma metáfora, por exemplo, está trabalhando com modelos.

Quanto às definições 1 e 2, elas não descrevem o que queremos dizer, e é exatamente por isso que estão aí – para podermos fazer este importante esclarecimento.

Observe que estamos usando a palavra modelo como um conjunto de características conhecidas que são utilizadas para representar algo ainda desconhecido. Por exemplo, quando a ideia moderna do átomo foi concebida (após o modelo do pudim de passas de Thomson), possivelmente utilizou-se o modelo das órbitas dos planetas, já bem conhecidas à época.

Para o Amplitudo, então, usar um modelo não é necessariamente copiar no sentido de (re)produzir, mas partir de um pressuposto no sentido de explicar.

Explicação dada, reforçamos que as duas primeiras definições não atendem às nossas necessidades porque definem modelo como algo de onde se origina uma cópia e esta função foi destinada a outro tijolo por nós já estudado: referência.

– Álvaro, sinto certa apreensão pelo que vou pedir agora, mas você poderia dar um exemplo?

Estamos aqui para isso.

Se você diz que o comportamento de um tio foi o modelo de conduta para o seu sobrinho, ou que as estampas nas roupas brasileiras têm como modelo as usadas em Paris na última coleção, estamos falando de referência: origem ou justificativa de uma situação. Exclusivamente dentro de uma abordagem amplitudiana do conceito, portanto, esse uso de modelo seria inapropriado.

Por outro lado, se uma empresa implementa um programa de demissões começando pelos funcionários com mais tempo de casa, você pode, maldosamente, dizer que o departamento pessoal está utilizando o modelo FIFO* do estoque. Neste caso, a utilização do termo modelo é adequada, pois não se trata de uma referência (justificativa). Apenas está se fazendo uma comparação entre duas coisas porque seus modos de funcionar parecem ser semelhantes.

* FIFO – sigla em inglês para First In First Out (o primeiro que entra é o primeiro que sai), estratégia de estoque muito usada com produtos perecíveis, por razões óbvias.


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