Os Tijolos - Família Mudança
Permanência
1. Estado ou qualidade de permanente; perseverança, continuidade, constância.
Se a abrangência é a amplitude no espaço, a permanência é a amplitude no tempo.
Sugiro que leia novamente a frase acima até conseguir enxergar a ideia. Digo realmente enxergar, como se estivesse vendo imagens para ilustrar cada conceito. Exemplo: para abrangência, um grande disco no céu que cresce continuamente; para permanência, uma robusta seta avançando firme e continuamente.
Ambos os conceitos – abrangência e permanência – estão relacionados à maximização. Porém a atenção normalmente dada a cada um deles não é o mesmo. Para exemplificar, analisemos um pouco o comportamento dos reis e dos vendedores.
Se você observar as histórias de vários reis da antiguidade, notará que eles viviam preocupados em conquistar muitos territórios, mas não possuíam uma estratégia eficiente para mantê-los sob o seu domínio. Conquistava em um dia, perdia no outro.
Se você observar muitos vendedores, verá que eles, normalmente, se preocupam em vender para cada vez mais pessoas, mas não se preocupam em vender mais para as mesmas pessoas ao longo do tempo.
Essas duas observações nos levam a uma constatação interessante: o conceito de abrangência é mais natural que o de permanência.
Na verdade, é muito difícil perceber nas pessoas a preocupação com a permanência em grande parte das escolhas que elas fazem no dia a dia, desde seu emprego até a casa onde vão morar.
Isso nos leva, inclusive, a um enigma de difícil resolução. Em geral, as pessoas não gostam de mudanças, ou seja, elas bem que gostam de uma permanência. Entretanto, não se ocupam em tomar decisões que reforcem o permanente sobre o temporário em suas vidas. Vai entender os seres humanos…
Por falar em mudança, não precisa de muita genialidade para perceber que a permanência é o oposto da mudança. E a grande razão pela qual você deve estudar a fundo a permanência é não saber se ela lhe será benéfica ou não, o que o fará desejá-la ou repudiá-la.
Se formos sinceros, nenhum de nós gosta de mudanças em determinados setores da nossa vida. Se, por exemplo, gozamos de boa saúde, desejaremos permanecer assim; se temos um emprego de que gostamos, não desejamos perdê-lo etc.
Por outro lado, quando uma situação é extremamente desagradável, você desejará a mudança a qualquer custo. Qual não será o desespero de se perceber em uma situação desagradável de caráter permanente? Pense na escravidão, por exemplo.
São duas, portanto, as razões pelas quais você precisa estudar a permanência: (1) para que saiba como estabelecê-la quando ela lhe apraz e (2) para que saiba como evitá-la quando ela lhe oprime.
Agora, mais esclarecimentos sobre aparentes contradições. No tijolo anterior, falamos sobre como a concentração não conflita com a abrangência, bastando usar a análise e o equilíbrio para discernir o benefício de cada uma delas de acordo com a situação.
Aqui, ocorre outra aparente contradição: a solidez da permanência e a flexibilidade da adaptação. O equilíbrio e a análise, novamente, resolvem, sendo bem-vinda também alguma prudência. A permanência é o plano. Mas, como vimos, nem sempre o plano dá certo – ou nem sempre dá certo por muito tempo. Entra em cena, então, a adaptação.
E já que estamos falando sobre conceitos já estudados, finalizaremos com este último convite à reflexão. Repare como o conteúdo tem relação direta com a permanência, enquanto seu oposto (a forma), relação direta com o oposto desta (a impermanência).
Para uma ilustração desta relação, imagine duas blusas de inverno, uma, confortável e quente (conteúdo), e outra desconfortável e fria, mas que está na moda (forma).
Qual das duas você acha que possui, em meio às tramas de seu tecido, maior condição de permanência?
Próximo Tijolo: Manutenção.
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