Os Tijolos - Família Ordem

Maximização

1. Ato de maximizar.

Maximizar:

1. Levar ao máximo.

2. Dar a uma grandeza, a um fato ou a uma ideia o mais alto valor possível.

Em suma: se algo pode ser melhor, que seja.

Imagine uma garota em sua festa de quinze anos. Quanto tempo você acha que ela deseja que sua festa dure? Duas horas? Não. Se ela puder, durará a noite toda, durará até a manhã do dia seguinte, até que ela caia extenuada de cansaço. Ela deseja maximizar o prazer que este evento único vai lhe proporcionar.

Uma família que busca passar o feriado prolongado na praia inicia a viagem de carro às três da manhã. Masoquismo? Estão todos loucos? Não. Estão tentando maximizar o tempo junto ao mar no curto intervalo do feriado.

A maximização está naturalmente embutida dentro do conceito de produtividade, pois o eterno objetivo da produtividade é maximizar o resultado final (aumento da produção e diminuição dos recursos necessários a essa produção).

Quando falamos de qualidades ou atributos pessoais, vale a mesma regra. Fará uma apresentação? Faça a melhor possível. Entregará um relatório? Entregue o melhor. Tem a chance de contar uma única piada? A melhor, por favor. A Única Condição demanda que você tenha um desempenho inigualável, lembra? Então, trate de aumentar suas chances.

Dentro do que lhe permitem as circunstâncias, você não pode querer menos do que o melhor, o mais impactante, o máximo. É através das suas manifestações que as pessoas construirão a imagem que têm de você e, como você já sabe, jamais atingirá a Única Condição se for uma pessoa comum e mediana.

Muitas vezes, o segredo para aumentar e melhorar, crescer e evoluir, é abandonar velhos hábitos ou, para usar as desgastadas palavras, quebrar paradigmas. Sabemos que, através do benefício da automatização, o hábito nos salva tempo. Até aí, tudo bem. Mas quando algo novo nos permite alcançar um resultado melhor – como o computador frente à máquina de escrever – e insistimos em nos manter no velho e limitante hábito, perdemos a chance de maximizar nossos resultados porque tudo o que limita impede a maximização.

Façamos uma rápida menção à qualidade, termo tão usado no mundo corporativo. A qualidade nada mais é do que a característica de uma coisa. Melhorar (maximizar) a qualidade de algo é, portanto, melhorar suas características.

Acostumado que você está com as estruturações do Amplitudo, não há de estranhar se dissermos que a maximização da qualidade pode vir de duas formas – vertical e horizontal. Sim, eu sei, é melhor com um exemplo.

Aceite, por razões didáticas, que, em qualquer sala de aula, 5% dos alunos são os que verdadeiramente se destacam. Um professor que desejasse inscrever alunos em uma competição, por exemplo, escolheria entre estes.

O que pode o professor para ampliar suas chances de conquistar o prêmio? Ele pode fazer duas coisas: aumentar a quantidade da qualidade (horizontal) ou aumentar a qualidade da qualidade (vertical).

– Álvaro, o exemplo deveria servir para facilitar o entendimento…

Explico. Se o professor inscrever mais alunos, as chances são maiores. Mas não adianta ele inscrever os outros 95% da sala. O que ele precisa fazer é ir atrás dos 5% das outras salas da escola, no sentido de, com uma maior amostra, ampliar a ocorrência da qualidade, ou seja, a quantidade de qualidade. Esta é a ampliação horizontal.

A outra opção é ele trabalhar no aperfeiçoamento dos 5% que ele já possui. Dessa forma, as chances de ganhar a competição também se ampliariam. Como o professor estaria buscando melhorar o que já existe de melhor, está adotando a estratégia de ampliar a qualidade da qualidade. E esta é a ampliação vertical.

No tijolo concentração, fizemos essa importante constatação: “se o esforço é a quantidade, a disciplina e a concentração são a qualidade.”. Veja se consegue perceber, no exemplo acima do professor e seus alunos: (1) a relação entre esforço e ampliação horizontal da qualidade (mais alunos melhores) e (2) a relação entre disciplina/concentração e ampliação vertical da qualidade (melhores alunos melhores).

Obs.: Talvez essas categorizações lhe incomodem um pouco, mas não se veja na obrigação de memorizá-las, nem mesmo de concordar com elas. O objetivo é que você possa pensar a respeito.

A maximização é importante também em relação ao desperdício. Não consigo entender, por exemplo, um casal com sede que, estando frente a um bebedouro onde é preciso usar copos descartáveis, pegue um copo para cada um. Eles se beijam o tempo todo (bem, supõe-se) e não podem compartilhar um copo? Precisam mesmo gastar 100% mais recursos para fazer a mesma coisa? Proponha algo assim a um empresário – sugira a ele que realize uma mesma operação gastando o dobro e veja a cara que ele vai fazer.

Se falarmos de desperdício, os exemplos são inúmeros. Existe aquele que gosta de dirigir constantemente nas primeiras marchas, fazendo o carro gritar pelas ruas e gastando muito mais combustível do que se passasse o carro à marcha seguinte. Existe aquele que faz suco de laranja espremendo as frutas como se estivesse lidando com cristais, não extraindo, assim, todo o conteúdo que poderia. E dá para ampliar a lista, mas não precisa. O importante é que você atrele o conceito de maximização também ao de economia, para o seu bem e para o bem do planeta.

Uma ressalva final. Eu não poderia defender a maximização a qualquer custo. Lembre-se de que antes já falamos sobre exagero. Não se trata de trabalhar 24 horas por dia somente porque o dia possui 24 horas. Recomendo fortemente a maximização sim, mas lastreada em outros conceitos como a moderação, o propósito, a utilidade e, principalmente, o equilíbrio.

Aliás, a busca exagerada pela maximização em um setor da sua vida pode comprometer os outros (sua Estrela tem cinco pontas, não uma). Isso, infelizmente, acontece bastante em nossa sociedade: a constante busca pela maximização dos ganhos financeiros costuma oprimir outros valores, como a honestidade ou tempo com a família, por exemplo.

Mas se você sentir que está agindo com equilíbrio, com parcimônia e que não está ferindo outros valores ou outras pessoas, coloque sempre em prática a maximização. Na minha família corre, há algumas gerações, uma recomendação que diz: “Se puder assinar o seu nome a ouro, não assine a prata.”.

Pode acreditar que faz diferença.


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