Conhecimento (p. 3)

E, como você é um amplituder que adora um esquema prático, fica a seguinte relação entre áreas e pontas da Estrela, lembrando que essa relação é apenas um esquema facilitador de compreensão, o que não significa exclusividade.

Biológicas – Saúde (S)

Exatas – Tempo (T), Dinheiro (D)

Humanas – Relacionamentos (R)

Todas as três áreas, por óbvia razão, estão relacionadas ao Conhecimento (C).

Bem, já que resolvemos expor tão sistematicamente nossa Estrela, façamos esta breve análise que nos apontará o Conhecimento como a mais eterna das pontas.

Pense comigo. A saúde vai embora quando você morre (às vezes até antes). Nenhum benefício pode ser obtido a partir da sua saúde depois da sua morte. O mesmo vale para o seu tempo. Ele simplesmente deixa de existir.

Um pouquinho diferente acontece com o dinheiro e com os relacionamentos, que podem subsistir durante certo tempo. Você pode ter reunido uma soma considerável e, por não ter gasto tudo em vida, alguém poderá fazê-lo por você, gerando benefícios para outras pessoas com o seu dinheiro mesmo após você ter deixado esse belo mundo.

Só que, como dissemos, a pessoa gastará o seu dinheiro. Se ela não se preocupar também em produzir recursos, apenas utilizando os que você deixou, eles acabarão.

Algo parecido acontece com os relacionamentos, porém de forma mais sutil. Se você for uma pessoa muito legal em vida, pode deixar uma legião de admiradores que, em sua homenagem, podem realizar diversas atividades de grande valor para a sociedade. Mas isso também tem um efeito temporário, pois quando essas pessoas também se forem, as que sobrarem já não terão possuído contato direto com você e poderão não julgar justificável render-lhe homenagens com igual intensidade.

Tudo isso, porém, não vale para o conhecimento. Já vimos que, uma vez produzido (e devidamente documentado, compartilhado), o conhecimento servirá a toda a humanidade para o resto de sua existência. Como um dos tijolos que analisamos era a permanência, não há como não destacar o Conhecimento tendo em vista essa sua importantíssima característica.

Fica, então, o convite à dificílima ponderação: em sua opinião, qual das pontas da Estrela seria a mais importante?

Obs.: Após toda essa apologia do conhecimento, você poderá ficar tentado a escolhê-lo. Talvez seja o mais fresco em sua mente, por ter sido o último. Então, minha tarefa, visando à imparcialidade do seu julgamento, é dissuadi-lo dessa tendenciosa ideia através dos parágrafos que se seguem.

Citarei Jesus Cristo sem querer entrar no mérito da religião, mas apenas pelo fato de que a esmagadora maioria das pessoas – ao menos no país em que vivo – tem nele um modelo de virtude a ser seguido. E se falamos de esmagadora maioria, possivelmente há de ser uma observação muito útil, ao menos em abrangência.

Quando você se sentir tentado a escolher o conhecimento como a mais importante das pontas de sua Estrela, lembre-se de que Jesus, em momento algum, estabeleceu a quantidade de conhecimento como medida de avaliação de um ser humano. Por outro lado, as atitudes, a conduta moral, o respeito e o amor ao próximo eram constantes tanto em seu discurso quanto em suas ações. Isso talvez estivesse mais ligado aos relacionamentos, não?

Um pouco antes de Cristo, e do outro lado do planeta (como se uma bola pudesse ter lados, mas tudo bem), viveu Confúcio. Em Os Analectos, encontramos a seguinte questão dirigida ao grande pensador chinês:

“Quando o mestre chega em um reino, ele invariavelmente fica sabendo sobre o governo do lugar. Ele busca tais informações? Ou elas lhe são fornecidas?”

Ao que ele responde: “O mestre conquista-as sendo cordial, bom, respeitador, moderado e deferente.”.

Esses dois exemplos não seriam indícios de que os relacionamentos são mais importantes que o conhecimento? Veja bem: é uma pergunta. Não estou afirmando; estou pensando junto com você.

Se, por fim, você concluir que sim, podemos arrematar o assunto com o seguinte e jocoso pensamento: o conhecimento só é mais importante que os relacionamentos quando, através do estudo, você percebe que os relacionamentos são mais importantes que o conhecimento.

E agora, talvez, você tenha ficado inclinado a escolher os Relacionamentos como a ponta mais importante da Estrela.

Hum… será?

:-)

Como tradição, deixemos agora toda essa angustiante filosofia um pouco de lado e passemos a analisar ideias específicas relacionadas ao conhecimento, a saber: memória, leitura dinâmica, interesse, autoconhecimento, idioma e matemática.

– Ah, Álvaro… matemática?

Não vá fraquejar agora. Já deixei este item por último para ver se escapava das reclamações… Vamos, amplituder, mantenha a força.

 

Memória:

De que serve adquirir conhecimento se não se consegue retê-lo?

Essa retenção, também conhecida por memória, deve ser tema de grande interesse por aquele que busca o conhecimento. Do contrário, só haverá sobrecarga de informações na entrada que dificilmente conseguirão ser recuperadas na saída.

Veja que interessante esse texto que certa vez recebi de um conceituado site: “As cinco horas seguintes a uma lição são fundamentais para definir como as informações serão armazenadas no cérebro. Está comprovado que uma soneca de 20 minutos antes de começar a estudar no período da tarde é importante para fixar o que se aprendeu nas aulas da manhã. Por isso, virar a madrugada estudando para a prova do dia seguinte não adianta: sem sono, não há fixação.”

Não é uma interessante correlação entre duas pontas da sua Estrela – Conhecimento e Saúde?

Sendo este apenas um pequeno exemplo de como você pode melhorar sua memória, sugiro que procure mais informações a respeito posteriormente. Assim, podemos seguir em frente.

 

Leitura dinâmica:

Você verá mais sobre correlações entre as pontas da sua Estrela no próximo texto, Permuta e Sinergia. Entretanto, não custa adiantar um pouco a sua vida promovendo uma rápida relação entre C e T.

Supondo que você disponha de bons mecanismos de retenção (memória), a velocidade com que conseguir obter conhecimento influenciará, ao menos, a quantidade desse ativo dentro da sua cabeça.

Como uma das maneiras mais simples e eficientes de adquirir conhecimento é a leitura, se esta for mais eficiente (o que significa mais rápida), mais conhecimento será adquirido.

Passar do ponto definitivamente não é recomendável. Se a sua velocidade de leitura não for naturalmente mais rápida, você estará, na verdade, pulando palavras ou pedaços de palavras, de forma que sua compreensão ficará prejudicada. E de nada adianta absorver mais conhecimento se você não entende o que está sendo absorvido.

A leitura dinâmica, da forma como está sendo apresentada aqui, é apenas um conceito, e não necessariamente uma técnica, embora a técnica leve o mesmo nome. O conceito defendido aqui é apenas o de uma leitura mais eficiente, o que você pode conseguir de algumas formas, mas, sem dúvida, a mais simples e barata é esta: lendo.

Essa recomendação tem por base o tijolo treino. Você já deve ter percebido que as habilidades que você exercita se aperfeiçoam. Por isso, como a leitura também é uma habilidade, o hábito de ler constantemente ampliará sua desenvoltura. Adultos leem melhor que crianças, certo?

Se você quiser ir mais a fundo, existem os cursos de leitura dinâmica propriamente ditos, que ensinarão técnicas específicas de agrupamento de palavras, entre outras, para que sua leitura possa ser acelerada sem perder o objetivo principal, que é a compreensão.

Mas se o fundo ainda está raso para você… bem, agora vem uma coisa estranha. Existe uma técnica chamada Photo Reading, que, teoricamente, deixa a leitura dinâmica no chinelo.

Essa técnica consiste na leitura de uma página usando o mesmo princípio que o olho utiliza para analisar uma fotografia, onde você não vê os detalhes um por um, mas a imagem como um todo. Um incrível desenvolvimento da sua visão periférica precisa ser alcançado, pois uma coisa é olhar uma fotografia, com diversas cores, formatos e profundidades. A outra é olhar uma página cheia de palavras, de formato muito semelhante em um só plano, e tudo na mesma cor.

Aqueles que ensinam a técnica afirmam serem capazes de ler um livro na mesma velocidade que uma pessoa comum costuma folheá-lo. Ou seja, estamos falando de talvez uns três segundos por página. E antes que você imagine o mesmo que eu imaginei (que não há retenção ou compreensão alguma nessa velocidade), adianto que testes já foram feitos para comprovar a eficiência da técnica.

Os testes são mais ou menos assim. Você “foto-lê” um livro qualquer e, ao final, eu apresento um questionário com diversas perguntas a respeito do conteúdo do livro. Se for um romance, pergunto sobre personagens, contexto e trama. Se for um livro técnico, sobre tópicos, estratégias, descrições etc.

Sinceramente, se eu me submetesse a um teste desses, tentaria não ficar nervoso para, pelo menos, ainda lembrar o título do livro, porque eu, definitivamente, ainda não detenho essa técnica.

Obs.: Atenção no ainda. Eu chego lá…

Mas os que dominam o tal do Photo Reading costumam atingir níveis de acerto da ordem de incríveis 70%. E pensar que, na escola, às vezes batalhávamos para conseguir tirar esse sete mesmo tendo todo o tempo do mundo para estudar a matéria.

Coisa de louco, né?

 

 

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