Os Tijolos - Família Conjunto

Adequação

1. Correspondência exata; conformidade.

Este último item da família conjunto tem por objetivo, mais uma vez, preveni-lo para que você possa fazer boas escolhas.

Após termos visto a correlação, não será difícil verificar a importância da adequação.

Obs.: Favor não restringir tão importante conceito a preocupações com o que você vai vestir…

A correlação está para a adequação como a observação está para a análise. O primeiro item de cada par se resume à capacidade de constatar, enquanto que o segundo compreende um esforço intelectual para elaborar o que se constatou.

Por favor, não leia, apenas, este último parágrafo. Pense a respeito e procure entende-lo perfeitamente. Isso será de grande impacto na sua vida, pois estamos falando sobre a arte de identificar a estratégia  ideal, o momento certo, o local exato, a pessoa apropriada, o comentário oportuno etc.

Historinha.

Sempre achei estranho meus pais chamarem de científico o período de três anos que vivenciei sob o nome de colegial. Eu pensava que eles falavam assim porque eram meio velhos. E eu estava certo; aquela época havia passado e aquele termo não era mais adequado.

Tempos depois, já trabalhando, tive que me relacionar com estagiários e percebia uma cara feia quando eu mencionava o período do colegial. Não era para menos. Não havia mais colegial, mas ensino médio. O velho, então, era eu.

Quer mais uma? Então vamos lá, pois não faltam gafes na vida de quem se arrisca…

Quando pequeno, minha mãe costumava clarear o cabelo usando uma técnica chamada reflexo. Em um belo dia, ao conversar com minha esposa sobre soluções para o embelezamento adicional de seu já belíssimo cabelo, sugeri um reflexo – e fui gentilmente repreendido. Entre luzes, mechas, balaiagem e outras 47 variações, qualquer coisa era melhor que o ultrapassado reflexo.

Eu. Um velho. Com apenas trinta anos…

Mas conforta-me saber: a mesma idade que proporciona a falta de adequação também proporciona a experiência.

Obs.: Veja como é importante ter consciência das coisas. Lembra quando falamos sobre o otimismo? Fica mais fácil ser otimista quando se compreende e se aceita um processo natural como este, pois permite que seu foco seja no que você está ganhando (no exemplo, experiência), não no que está perdendo (alguma adequação).

Mas isso não significa que não seja recomendável aproveitar as oportunidades de “corrigir a rota” – não existem mais moças no colegial, e tampouco elas fazem reflexo nos cabelos. Você há de concordar que, pois mais natural que seja o processo de ficarmos ultrapassados e que nós devamos aceitá-lo sem problemas, ainda é melhor ser reconhecido pela experiência que pela inadequação.

E já que falamos em correção de rota, segue um estímulo final.

No caso acima, talvez nem sequer fosse necessário, para mim, possuir conhecimento sobre técnicas de cabeleireiro, afinal, definitivamente não é uma área em que me comprometi a alcançar a excelência. Mas ainda assim pode fazer a diferença, e explico a razão.

No diálogo com a minha esposa, o erro foi inofensivo. Talvez tenha até apresentado algum charme – homens não entendem mesmo dessas coisas. Mas em uma palestra ou uma aula, por exemplo, uma falta equivalente a esta pode contribuir para sugerir, na mente das pessoas, a imagem de que você é uma pessoa atrasada de uma forma geral. E como, por causa do mau uso da correlação, as pessoas costumam tomar o todo pela parte, é bom ter cuidado para que um pequeno deslize não comprometa o seu verdadeiro valor – seu conteúdo.


Próximo Tijolo: Ordem.

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