Os Tijolos - Família Atitude

Otimismo

1. Atitude em face dos problemas humanos ou sociais que consiste em considerá-los passíveis de uma solução global positiva, do que pode resultar uma atitude geral ativa e confiante.

Você não acredita que vamos conseguir racionalizar esse tema, acredita?

Como já deve ter ficado claro, o Amplitudo se preocupa com a prática. Portanto, não espere ver no tijolo otimismo mensagens bonitas de motivação como aquelas que você recebe, de vez em quando, em apresentações visuais que chegam ao seu e-mail.

Não espere porque não verá.

Mas, por incrível e irônico que possa parecer, encontrei justamente em um livro considerado como autoajuda uma abordagem bastante sensata acerca do otimismo – o que nos lembra o quão prejudicial pode ser o preconceito. O livro é 50 Maneiras de Criar Bons Relacionamentos, de Steve Chandler. Veja o trecho (grifo meu):

“Não estou me referindo àquele espumante pensamento positivo que leva as pessoas a se tornarem irracionais […] aquela visão superficial e vazia da realidade com belos pensamentos. Estou falando […] de ver a verdadeira e real vantagem de cada situação e, então, enfatizá-la porque ela é real e verdadeira.”

Se você reparar bem, as situações sempre apresentam algum lado bom. Sempre. Pense na pior das tragédias e verá que ela costuma promover mudanças na sociedade, fazer as pessoas pararem para pensar ou trazer algum progresso tecnológico ou social. Pense em quantas vezes a morte de uma pessoa querida da família serviu para aproximar duas pessoas antes distantes.

O que Steve Chandler sugere como otimismo é, portanto, a concentração do pensamento na vantagem que cada situação oferece. Não é à toa que, em nosso texto, otimismo veio após concentração.

O otimismo está entre as atitudes que quisemos ressaltar exatamente para que esta distinção pudesse ser esclarecida. Não se trata de algo místico ou irreal, ou ainda de uma alienação característica de um ser que não percebe ou finge não perceber as mazelas do mundo.

Estamos falando de optar, conscientemente, por concentrar a atenção na parte boa da história. Dessa forma, não é que não consigamos ver a parte ruim, ou que não desenvolvamos mecanismos para se proteger de algum mal (otimistas também possuem alarmes nos seus carros).

A grande questão é que, se a mente está concentrada na parte boa, muito mais provavelmente seus pensamentos súbitos e/ou inconscientes terão relação com assuntos agradáveis, apenas porque esses são mais abundantes em sua mente. É do otimismo que nascem muitas das ideias geniais.

Ao adotar tal comportamento, não se é surpreendido por medos infundados ou excesso de precauções que tiram o sabor da vida, condicionando o indivíduo a uma existência voltada à sua defesa em vez de voltada ao seu desenvolvimento.

Trata-se, mais uma vez, de escolha. Como consequência de qualquer situação, existem coisas potencialmente ruins e outras potencialmente boas. Você só está escolhendo sobre quais vai pensar por mais tempo.

Em outro trecho, Steve Chandler nos brinda com essa pérola: “Quando nos tornamos otimistas, as pessoas parecem mudar. Os otimistas se tornam atraentes.”. Não seria esse mais um estímulo para você se tornar mais otimista? Afinal, quem não gostaria de ser atraente?

Se quiser, pode fazer uma categorização ainda mais detalhada: chame essa atitude de bom humor quando relacionada ao presente e de otimismo propriamente dito quando relacionada ao futuro. Como ambos os conceitos são farinha de um mesmo saco, optamos por deixá-los reunidos sob o título único de otimismo apenas para facilitar. Mas esta divisão é, de certa forma, útil para manter sua mente alerta para as sutis diferenças que a vida costuma nos apresentar.

Aproveito para enaltecer rapidamente o povo brasileiro, considerado por muitos como o mais alegre do mundo. Essa opinião pode até ser subjetiva ou questionável, mas tive acesso aos resultados de uma pesquisa internacional onde o brasileiro aparece como o melhor turista do mundo na opinião de comissários de bordo, agentes de viagem, gerentes de hotel etc.

Não posso atribuir o resultado dessa pesquisa a outra razão senão à natureza de um povo que é, sem dúvida, muito bem humorado e muito otimista – e certamente, muito atraente – independente de todos os evidentes problemas, o que nos faz lembrar esse pensamento de Dan Miller: “A alegria é função do caráter, e não das circunstâncias.”.

Ou seja, de novo: atitude.

Atente para isso: é o otimismo que lhe confere outro tesouro: o entusiasmo. E, imaginando que você possa não conhecer a etimologia desse vocábulo, aí vai: a palavra entusiasmo se compõe das palavras gregas en + theos, significando, “em Deus” ou “que possui Deus dentro de si”. Definitivamente eu quero isso para mim.

E você?

Tanta vantagem junta nos autoriza a seguinte recomendação final: seja otimista mesmo que você não seja.

E se você considera pouco lógico o meu conselho, saiba que, ao menos, não estou sozinho. Veja o que disse o psicólogo e filósofo William James, citado por Dale Carnegie: “O soberano e voluntário caminho para o bom humor, se o nosso foi perdido, é proceder alegremente, agindo e falando como se o bom humor já estivesse lá.”.


Próximo Tijolo: Humildade.

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