Os Tijolos - Família Realidade

Experiência

1. Prática da vida.

2. Habilidade, perícia, prática, adquiridas com o exercício constante de uma profissão, arte ou ofício.

Se você pudesse contratar, pelo mesmo preço, um estagiário de vinte anos ou um consultor com vinte anos de carreira, certamente optaria pelo segundo.

Essa constatação nos exime de discorrer em demasia sobre este tijolo, pois o valor da experiência é algo quase que intuitivo. O que talvez não seja tão intuitivo é o que está por trás desse valor: o erro.

Entre as definições de erro, temos: juízo falso; desacerto, engano; incorreção, inexatidão.

Pegue estas definições e pergunte se alguma delas esteve presente na vida de alguém que você considere experiente. Se a pessoa for honesta, dirá que sempre estiveram presentes, pois não há meios de se adquirir experiência a não ser através da seleção entre o que funciona e o que não funciona, o que só é possível quando se experimentam ambas as situações. Em outras palavras, você precisa se livrar dos caminhos que não o levam ao seu objetivo para encontrar o que leva.

O importante é ter consciência desse pressuposto: a experiência só é conquistada após um acúmulo de insucessos. Como disse Cousin Woodman, “uma boa avaliação vem com a experiência, e a experiência… bem, a experiência vem de uma avaliação mal feita.”.

Não é novidade para você que o Amplitudo se destina a tratar dos assuntos de uma forma prática. O mesmo fazemos aqui com o erro. O objetivo não é consolar, passar a mão na sua cabeça ou enxugar suas lágrimas após você cometer um grande erro. O objetivo é fazer você enxergar como que o erro é uma vantagem conduzindo-o à experiência.

Quando essa percepção lhe for natural, talvez você se comporte como Thomas Edison após sua milésima tentativa frustrada de converter eletricidade em luz: “Já conheço mil maneiras de não fazer a lâmpada elétrica.”.

Alguns tijolos atrás, ao falarmos de moderação, citamos o medo. De certa forma, o erro funciona, aqui, da mesma maneira, pois assim como o medo desenvolve a prudência, o erro desenvolve a experiência.

Obs.: Um bom observador perceberá a sutil substituição de moderação por prudência ao final do parágrafo anterior para não perder a rima com experiência

O melhor de tudo: assim como o equilíbrio, o erro também é um mecanismo autorregulador. Você erra; ao errar, adquire experiência; ao adquirir experiência, erra menos. Sintetizando, quanto mais você erra, menos você erra.

Boa parte do que as pessoas chamam de intuição é, na verdade, uma grande base de conhecimento acessada pelo cérebro a uma incrível velocidade. A edição número cinco da revista GEO mostrou, em sua matéria de capa – Como o seu cérebro decide – que algumas pessoas não pensam muito para tomar uma decisão e, ao fazer isso, acabam tomando uma decisão melhor. Mas cuidado. As pessoas que fazem isso são (coincidência?) as que já adquiriram certa experiência no assunto sobre o qual estão tomando a decisão. Aos iniciantes, recomenda-se mais análise e mais razão que simplesmente intuição.

Novamente, o equilíbrio é o grande tesouro. E a matéria da revista não deixa de recomentar ao final: “Intuição e razão – juntas, elas são uma potência”.

No melhor estilo amplitudiano de encerrar um tópico reunindo outros anteriores, podemos dizer que uma boa assimilação do conceito de utilidade permitirá enxergar o verdadeiro benefício do erro: ser um guia rumo à experiência.


Próximo Tijolo: Treino.

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