Os Tijolos - Família Conjunto

Afinidade

1. Relação, semelhança, analogia.

2. Conformidade, identidade, igualdade.

3. Coincidência de gostos ou de sentimentos.

É importante separarmos esse conceito do anterior, pois, apesar de toda afinidade representar uma correlação, nem toda correlação representa afinidade. Existe, por exemplo, correlação entre Tom e Jerry, embora não haja muita afinidade entre eles…

A afinidade, por exemplo, entre uma pessoa e qualquer coisa no universo (uma atividade, um estilo, outra pessoa) é uma correlação que não consegue ser justificada logicamente. Trata-se de um conjunto de preferências e inclinações que particularizam um indivíduo em relação aos demais. Uns gostam de teatro, outros adoram matemática.

Por que essa diferença?

Mesmo entre irmãos criados nas mesmas condições pelos mesmos pais, por que vemos tão diferentes preferências? Minha libertadora resposta é: não faço a menor ideia.

Mas uma coisa, como bom observador, posso afirmar: faz diferença conhecer as diferenças.

Há pouco, falávamos sobre conjunto e sobre multiplicação. Saber reconhecer as afinidades (entre pessoas, entre coisas, entre pessoas e coisas) ajuda a melhorar os resultados desses dois tijolos.

Pense comigo. Você é um empregador e precisa de alguém para manter organizada a documentação da sua empresa. De que adianta contratar uma pessoa bastante comunicativa e esforçada se ela for desorganizada?

Não é à toa que os profissionais responsáveis pelas contratações buscam categorizar os tipos de profissionais antes de contratá-los. O objetivo é ampliar suas chances de êxito ao designá-lo para funções que eles tendem a desempenhar melhor em virtude de suas afinidades.

Mas não é necessário esperar para que alguém o enquadre nessa ou naquela categoria. Se for esperto, você mesmo procurará se avaliar, pois essas ferramentas servem ao autoconhecimento. Afinal, é muito bom ser conhecedor de suas próprias afinidades, pois nem toda empresa se preocupará se você está ou não em uma posição confortável no seu trabalho. E é muito triste ver as pessoas tão entusiasmadas ao conquistarem uma vaga para, depois, viverem desmotivadas, às vezes até doentes, quando percebem que aquilo que conquistaram nada tem a ver com elas.

É possível perceber a afinidade – ou a falta dela – em diversas situações. Por exemplo, as cores. Veja como que o verde é agradável em um vegetal, mas pouco natural na mobília de uma casa; ou como o vermelho é bonito no vinho, mas indesejável nos branco dos olhos.

Se continuarmos nesse caminho, poderemos chegar à afinidade entre notas, por exemplo, seja na música ou no desenvolvimento de perfumes. Mas, apesar de cheirar bem, isso nos afastaria um pouco da linha central do raciocínio, o que nos convida a retornar.

Fazendo bom uso da observação, você terá dado este importante primeiro passo: identificar suas afinidades. Após esta vitória, vem o passo seguinte, mais difícil ainda: respeitar as afinidades identificadas.

Quantas pessoas – funcionários ou empresários – não mudam de ramo apenas pela expectativa de ganhos maiores sem considerar sua afinidade com a nova atividade?

Eu respondo: muitas pessoas.

Já vi algumas aceitarem prontamente propostas que pagavam duzentos ou trezentos reais a mais por mês sem analisar qualquer outra variável da nova empresa, como o ambiente de trabalho, a rigidez de suas políticas, a solvência, o nível de stress da empresa ou da atividade, as chances de crescimento oferecidas…

Agora pense comigo – e preste atenção no encadeamento.

Quando você conhece e segue suas afinidades, percebe-se gostando do que faz. Quando gosta do que faz, não é difícil dedicar-se muito mais que os outros (treino). Mais treino levará, naturalmente, ao desenvolvimento de mais conteúdo e mais experiência, o que amplia suas chances de diferenciação. E já sabemos que, quando isso acontece, não é difícil alcançar a Única Condição e usufruir das maravilhas que uma vida de liberdade tem a oferecer.

Em geral, aqueles que desfrutam da Única Condição foram capazes de dar estes dois passos. Eles identificaram suas afinidades e tiveram coragem de respeitá-las – às vezes, a duras penas.

Posso dizer que minha própria história é bem ilustrada pelo parágrafo acima. Tenho bastante ciência de quais são minhas afinidades e consegui desenvolver atividades profissionais que as respeitam. Confesso que passei por dissabores no percurso, mas o passado terá, para sempre, sua utilidade: além de me ter conferido alguma experiência, serve de comparação com o presente, onde os dias possuem mais vigor e entusiasmo.

E tão intensa quanto essa libertação é a minha vontade de que você também possa se sentir da mesma maneira.

E então? Continuamos?


Próximo Tijolo: Adequação.

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