Correlação

1. Relação mútua entre dois termos.

2. Correspondência.

Os dois primeiros itens da família anterior – observação e análise – são habilidades muito valiosas, como já vimos. Mas existe uma razão para isso: elas permitem a identificação de correlações.

A bolsa de valores é um local onde ocorrem grandes perdas, mas também grandes ganhos, e ambos estão baseados na boa ou má capacidade de estabelecer correlações.

Exemplo. O Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas distando apenas dois anos um evento do outro. Por outro lado, a procura por alimentos orgânicos continua aumentando no país.

A oportunidade?

Ora, basta comprar ações da fábrica de tubos “Tatu-Bola”, no Mato Grosso do Sul, e ficar rico.

Hã?

Certo. Vamos à louca correlação.

A crescente procura por alimentos orgânicos está refletindo não somente maior vontade de se alimentar bem, mas uma maior consciência ecológica. Um dos preceitos do cultivo orgânico é a valorização da produção local, pois o transporte por longas distâncias é algo que não só encarece como também polui.

A nomeação do Brasil para os dois eventos internacionais mais vultosos do planeta ampliará a demanda energética que, mesmo antes da nomeação, já se encontrava muito alta.

Em um lampejo de genialidade, um investidor previu que o governo ampliaria as linhas de transmissão do gasoduto Brasil-Bolívia. Ele sabia da existência da “Tatu-Bola” e acredita que não faz sentido, dentro da nova e crescente consciência ecológica, comprar tubos na Argentina, no Japão ou em Massachusetts se a tubulação vai passar pelo Mato Grosso do Sul.

O investidor ficou rico, enquanto eu e você, que dissemos “hã?” continuamos na mesma.

Sim, o exemplo foi exagerado – além de fictício e tão somente didático – mas tenho certeza de que você conseguiu captar a importância de estabelecer correlações.

Se quiser um exemplo menos lunático, veja o que ocorre quando se envia um currículo em busca de um emprego. Ao analisar seu currículo, a empresa está avaliando sua capacidade através de um tijolo já discutido anteriormente, o histórico. Mas por que analisar o seu histórico? Porque a empresa está buscando correlações entre as coisas que você já fez no passado e as que poderá fazer por ela no futuro.

Outro exemplo: uma investigação policial. Nessa atividade é fundamental o exercício apropriado da correlação, pois os fatos precisam se relacionar uns com os outros para apontar uma direção. Se a correlação for mal feita, a direção estará errada.

Assim como o investigador, você também pode se beneficiar por ter uma boa noção de correlação – ela o impedirá de cometer alguns erros na vida. Por exemplo, quem não consegue perceber a correlação casamento-despesas pensa que ficará totalmente livre dos pais ao se casar – e acaba voltando a eles para pedir uma graninha emprestada quando a coisa aperta.

Estabeleçamos por fim uma classificação que pode despertar o seu interesse. A correlação pode se dar no espaço ou no tempo.

Imagine que, em uma pequena cidade do interior, estão promovendo uma festa exclusiva para casais de namorados. Entre os rapazes presentes na festa, encontra-se Marcos. Você não o conhece, mas, se ele está na festa, pode concluir que ele possui uma namorada. E esta é uma correlação no espaço.

Eis que, de repente, você descobre que, sim, Marcos tem uma namorada – só que ela não estava com ele na festa. Então você conclui que Marcos terá problemas com sua namorada tão logo ela fique sabendo do fato. Essa é uma correlação no tempo.

Por ser muito importante, a correlação no tempo tem nome: consequência. Mais à frente, no tijolo homônimo, falaremos dela.

Próximo Tijolo: Afinidade.

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