Relacionamentos (p. 2)
Personalidade:
A ideia de personalidade, aqui, é a mais geral e vaga possível. Sem entrar em definições psicológicas (id, ego, superego e essas coisas), podemos alcançar a plena satisfação amplitudiana com uma definição pouco convencional para personalidade: o jeitão da pessoa.
Não há dúvidas que o jeitão de cada pessoa influencia muitíssimo os seus relacionamentos. Entre as “tribos” (nerds, punks, emos e por aí vai) percebe-se que eles conseguem se relacionar bem porque tem aquele jeitão em comum – o que nada mais é que afinidade (de estilo, de comportamento). Coloque um emo no meio de um monte de roqueiros ou um nerd em meio a um grupo de punks e, caso não resulte em óbito, poderá ver as dificuldades de relacionamento que você terá criado.
Competência:
Você se lembra, certamente, de A Única Condição. Lá falávamos de competência, mas o foco era simplesmente a liberdade a ser conquistada nas relações de trabalho.
O assunto está sendo rapidamente resgatado aqui apenas para sugerir a influência desse ponto nos seus relacionamentos.
Uma ressalva: procure manter sua mente no mundo que possui mais permanência, que é o mundo adulto. Se você quiser fazer alusões ao efêmero tempo de criança, poderá constatar que – como talvez acontecesse na época da escola – quanto mais competência você tivesse, mais era marginalizado. A não ser que sua competência se desse no namoro ou no esporte, as pessoas só se lembrariam de manter bons relacionamentos com você na véspera – ou no dia – da prova.
Mágoas do passado à parte, é certo que a competência influencia seus relacionamentos de uma forma direta: quanto mais competência, mais chances de bons relacionamentos. Lembre-se dos tijolos Autoridade e Confiança.
E como os relacionamentos são um ativo, ou seja, podem ser trocados por outras coisas que você deseja, os mecanismos de funcionamento da Única Condição começam a ficar cada vez mais aparentes. Competência proporciona confiança, que proporciona bons relacionamentos, que proporcionam boas condições de trabalho. Pense nisso.
Cessão:
Sim, você está se relacionando com o outro. Mas o outro também está se relacionando com você. Ele também tem interesses, também tem necessidades. Se você não se lembrar disso, não conseguirá estabelecer um bom relacionamento. Não conseguirá, por exemplo, perceber a importância do maior gerador de relacionamentos do mundo: a arte de ouvir.
Sobre esse assunto, você pode aprender com vários autores, mas um, em minha opinião, é especial: o senhor Dale Carnegie, cujos ensinamentos remontam a década de 30 do século passado.
Você pode também aprender a arte de ouvir com o seu cachorro. Veja como ele o ouve bem, sem julgar e sem se afastar. E veja como Dale Carnegie é bom mesmo, porque eu nem consegui pensar em um exemplo melhor para ilustrar os relacionamentos do que esse do cachorro, que ele, há quase cem anos, já nos ofereceu em seu livro-tesouro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas.
Um pensamento rápido. Perceba como a velocidade insana que tomou conta de nossa sociedade não está relacionada apenas à economia de tempo, mas à cessão que tanto influencia os relacionamentos. Quando você dá retorno rapidamente à solicitação de alguém (cliente, amigo, parente), você demonstra que está se importando com essa pessoa, pois priorizou os interesses dela em detrimento dos seus próprios. Sem dúvida, relacionamentos se ampliam dessa forma – ao custo, infelizmente, de algumas úlceras…
Aliás, o tópico cessão é muito mais profundo, adentrando o campo da moral, por exemplo. Mas, como de costume, não atingiremos tamanha profundidade aqui, ficando a seu critério mergulhar ou não nesse mundo de conhecimentos e reflexões.
Eu mergulhei e gostei. E assim pretendo continuar…
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