Relacionamentos (p. 3)

SUPERLATIVO

A estrutura desse tópico-pílula também não é nova. Já fizemos o mesmo em Saúde.

Imagine o que são os relacionamentos no seu mais alto grau: você tem centenas de amigos, se dá bem com todo mundo, todos o ajudam e o respeitam. Sua vida é muito interessante e feliz.

Na outra ponta da escala estão a solidão, o tédio, a melancolia, a tristeza.

Obs.: Não me venha dizer que é bom ficar sozinho, pois sei que é bom ficar sozinho. Aliás, adoro ficar sozinho durante tempo bem maior que a média das pessoas (para escrever, por exemplo, não há nada melhor). Mas existe uma imensa diferença entre ficar sozinho por opção e por falta de opção. E é claro que estou citando a solidão e a tristeza como situações decorrentes da falta de opção, que por sua vez é fruto de não saber se relacionar com os outros. Em outras palavras, de não saber como estabelecer bons relacionamentos.

No superlativo dos relacionamentos não há restrições. E onde não há restrições, a liberdade é máxima.

A CONSTRUÇÃO

Jogo rápido. Eis os tijolos eleitos: sorte, referência, intermédio, paciência, expressão, acesso.

Sorte:

Já falamos sobre isso: sorte não existe. Vamos reforçar essa declaração com o seguinte encadeamento.

Seus relacionamentos trazem benefícios para a sua vida e seu jeito de ser influencia os seus relacionamentos.

Portanto, trabalhar no aprimoramento de sua personalidade produzirá, logicamente, mais relacionamentos profícuos e, consequentemente, ampliará suas chances de ter benefícios.

Faz sentido, certo? E eu pergunto: Com uma receitinha de bolo tão simples e claramente apresentada, você tem certeza de que prefere confiar na sorte?

Referência:

Se a estratégia é melhorar a qualidade das suas atitudes, indispensável é ter boas referências. Afinal, se você vai mudar de conduta, esta nova conduta precisa ser melhor. E, para isso, você precisa ter bons exemplos. Se só tiver exemplos ruins, pretende planejar a sua mudança com base em quê?

Aí está mais uma óbvia constatação. Sinto-me até meio inútil citando tantas coisas óbvias, mas essas obviedades, após citadas, começam a nos fazer pensar. Por exemplo, diversos grandes autores sempre mencionam os benefícios de estarem cercados de outros grandes (dica: a ideia da Mente Mestra, de Napoleon Hill).

Aí você se pergunta: se um sujeito é tão bom assim, será que precisa mesmo ficar em contato com outros grandes sujeitos? Agora eu que pergunto: e o que você acha que o transformou nesse sujeito tão bom assim?

Intermédio:

Esse tijolo está aqui apenas marcando presença, pois já é sabido que, se os relacionamentos são ativos e que, portanto, podem ser utilizados para se obter outros ativos, sua função, em grande parte das vezes, é a de intermediário. Resumindo: eles são o meio pelo qual você conquista um objetivo qualquer.

Obs.: Ressalto a grande importância de você não se transformar em um deplorável e interesseiro ser humano. Estamos apenas constatando a realidade, pois, quer você considere isso correto ou não, os seus relacionamentos o ajudarão a conquistar objetivos. Se, a partir dessa reflexão, você decidir tratar a todos como meros instrumentos a seu favor, o problema é seu. Lembre-se sempre: lá em cima tem alguém olhando…

Paciência:

Nada melhor do que mencionarmos a famosa frase de Jean-Paul Sartre: o inferno são os outros.

Essa jocosa máxima expressa, na verdade, uma grande tendência que é a de, em um relacionamento, nunca julgarmos a nós mesmos como fonte de um eventual problema. A culpa sempre é do outro.

Dois aqui são os cenários. O primeiro se apoia em um pouquinho de humildade: o outro não pode estar sempre errado e você sempre certo. Bastaria eu conversar com “o outro” para descobrir que, na opinião dele, é tudo ao contrário.

Mas, de vez em quando, você está realmente certo e o outro, realmente errado. E é exatamente nesse ponto que entra a nossa amiga, a paciência.

Se pensarmos com um pouco de lógica, veremos que ninguém está errado porque deseja estar errado. A não ser que haja alguma razão muito estranha, normalmente as pessoas estão erradas pensando que estão certas. E isso, certamente, também já aconteceu com você.

Outra coisa. O comum é a pessoa caminhar do erro ao acerto, e não o contrário. Isso significa que, por mais errada que esteja uma pessoa ou uma situação, uma vez que ela se endireite, tende a assim permanecer.

Obs.: Por mais que você tenha a liberdade de pensar, não fique bancando o advogado do diabo querendo destruir o argumento acima dizendo que um tio seu parou de beber e depois voltou, e então não é verdade que as coisas tendem a ficar direitas… Pense em linhas gerais. Pense, por exemplo, nos disparates da juventude contra a sabedoria da velhice. É dessas linhas gerais que estamos falando, pois exceções sempre existem.

Se você colocar os relacionamentos em primeiro lugar – acima, por exemplo, do seu ego – verá que a paciência é uma grande aliada. Veja como é simples.

Se as coisas caminham do errado ao certo, e você considera que a outra pessoa está errada, você precisará aguardar até que ela mude e passe a estar certa. E isso pode levar tempo. Você pode até tentar auxiliá-la (com muito cuidado) e até mesmo ser o responsável pela mudança. De qualquer forma, haverá necessidade de tempo. E se haverá necessidade de tempo, haverá, também, de paciência.

Jamais deixemos de lado o caráter prático do Amplitudo ao qual você já deve estar acostumado. A paciência é uma virtude em si, muito digna, muito nobre. Mas aqui estamos considerando sua importância de uma forma muito específica, que é a maneira como ela o auxilia na construção e na manutenção dos seus relacionamentos – uma das cinco pontas da sua Estrela que, como vimos, são ativos que podem amealhar benefícios para o resto da vida.

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