Os Tijolos - Família Atitude

Equilibrio

1. Manutenção de um corpo na sua posição ou postura normal, sem oscilações ou desvios.

2. Igualdade, absoluta ou aproximada, entre forças opostas.

3. Boa proporção; harmonia.

4. Estabilidade mental e emocional.

5. Moderação, prudência, comedimento; controle, autocontrole, autodomínio.

Que bagunça boa, não? Um tijolo é a definição do outro e vice-versa. Uma grande festa das virtudes.

Se você tiver curiosidade, pesquise sobre as virtudes cardeais e encontrará estas quatro: prudência, temperança, fortaleza e justiça.

A justiça será abordada mais à frente, pois preferimos tratá-la pelo seu aspecto abstrato a considerá-la uma atitude. Mas as outras três estão todas aqui: prudência é o tópico anterior; fortaleza se encontra tanto em atitude como em esforço; temperança é equilíbrio.

Nada melhor para encerrar esta bela família do que o equilíbrio, que está, em minha opinião, entre os maiores tesouros que um ser humano pode possuir. Ele é tão valioso que, sem ele, é praticamente impossível conquistar e manter qualquer tipo de riqueza.

Através do equilíbrio você desenvolverá todas as áreas que desejar na sua vida. Ele é a grande ferramenta para que nada fique para trás.

Também é o equilíbrio um grande auxiliar na eliminação do sentimento de culpa. Pense comigo: se você sente que está distribuindo de forma racional sua atenção entre diversas demandas, bem sabe que está fazendo o melhor e, assim, não há razão para culpar-se. Aqui, a moderação presta grande auxílio: ao não exagerar sua dedicação a uma única coisa, certamente você disporá de condições para realizar outras.

– Eu sabia que uma hora você iria se embananar e acabaria se contradizendo com essa quantidade toda de tijolos, Álvaro.

E você está falando exatamente do quê?

– Ora, há pouco não falávamos de concentração? Não seriam ideias conflitantes, concentrar atenção e distribuir atenção?

Não, não seriam.

Exemplos. Quando você está no trabalho e busca reduzir as possíveis interferências de telefones, redes sociais, serviços de mensagens instantâneas e e-mails, está aplicando o princípio da concentração, porque você está lá para trabalhar.

Quando você, por só pensar no trabalho, deixa de dar atenção à sua família ou aos seus amigos, constantemente falhando nos compromissos assumidos com eles, está agindo com desequilíbrio, pois você não existe somente para trabalhar.

Aliás, você notará, nos textos do Amplitudo, que o equilíbrio resolve todos os aparentes conflitos conceituais – como este último.

O equilíbrio é um mecanismo tão autorregulador que, quem o possui, também possui o discernimento para identificar quando ele não está sendo bem usado e, então, volta a empregá-lo com propriedade. Enquanto a moderação é a virtude que lhe possibilita o equilíbrio, é a constante atenção ao conceito de equilíbrio que lhe permite identificar quando você está agindo sem moderação.

Mais uma vez, tudo se encaixa. Você vê, nas definições acima para equilíbrio, os termos moderação, prudência e controle. Fique atento, pois essa correlação acontecerá cada vez mais daqui para frente. Quanto mais novos tijolos você acrescentar, mais perceberá a conexão entre eles. Ou não haveria paredes…

Obs.: Nota desta piada: 4,0.

É o equilíbrio que fornece o balanceamento necessário entre o impulso de avançar (esforço, propósito, disciplina, otimismo) e o receio de avançar (prudência, humildade, controle, responsabilidade).

Existe um tópico ao final do livro Mais Tempo Mais Dinheiro, de Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa, denominado Conclusão Paradoxal. Neste tópico existe uma frase que você já leu parcialmente em A Única Condição e cuja continuação apresento agora: “Aproveite seu tempo para fazer de você uma pessoa diferente do rebanho. Lembre-se, isso não se conquista apenas estudando, mas zelando por uma vida mais saudável e feliz.”.

Veja se não podemos usar conceitos amplitudianos e parafrasear este belo conselho da seguinte maneira: “Busque a Única Condição, mas com equilíbrio.”.

Legal, né?

Pode, no entanto, surgir a seguinte questão: “Como saber se estamos agindo equilibradamente?”.

Em minha opinião, não existe uma regra fixa. Recomendações como “dedique tantas horas por dia a isso, tantas horas àquilo, tantas vezes por semana e durante tantos meses por ano” são muito generalizadoras e esquecem que as pessoas são diferentes umas das outras. Por exemplo, se falamos sobre equilibrar a dedicação à profissão com a dedicação à família, não faz sentido que a proporção seja a mesma para uma jovem solteira e para uma mãe de quatro filhos.

Um regulador individual, portanto, é mais adequado e acredito que exista um muito bom: sua própria percepção.

Seja honesto: você sabe quando está faltando com o equilíbrio.

Mas, se ainda assim quiser uma força extra – e menos subjetiva – o parágrafo abaixo contém o que a minha percepção me mostrou.

De um modo geral, um bom indicador de equilíbrio é a capacidade de evitar conflitos de interesse. Se você consegue administrar bem suas múltiplas atividades gerando pouco ou nenhum conflito entre as partes envolvidas em cada uma dessas atividades, creio eu que você está agindo com esplêndido equilíbrio. Em palavras resumidas: mede-se o equilíbrio pela quantidade e pela intensidade dos conflitos.

Obs.: Não se esqueça de que uma das partes envolvidas no processo é você mesmo, com seus objetivos e seus gostos pessoais. Anular-se para não gerar conflitos com os outros somente parece equilíbrio, mas não é. Uma hora seu corpo e sua mente vão gritar, expondo o conflito que você fingia não existir.

E com aqueles muito preocupados em reconhecer se estão agindo com equilíbrio ou não, compartilho outra inferência de minha parte: muitas vezes, o que falta às pessoas em desequilíbrio não é conhecer o equilíbrio em si, mas ter força de vontade e disciplina o suficiente para exercê-lo.

Nesse processo, quanto maior for o conhecimento e a experiência, mais fácil será fazer comparações entre a sua presente situação e outras vividas no passado (por você mesmo ou por outras pessoas). Fruto dessa comparação – e principalmente quando ela se tornar automática – nascerá o bom uso do equilíbrio.

Essa comparação automática que tanto nos ajuda é uma parte do que as pessoas chamam de intuição. Veremos mais sobre isso à frente, no tijolo experiência.

É também ainda um pouco cedo para voltarmos a falar na Estrela, mas desejo aproveitar o propício momento do encerramento deste tópico para dizer que, se o objetivo é desenvolver cada uma das cinco pontas de sua Estrela, você precisará de muito equilíbrio.

De qualquer forma, ficará reservado para depois discorrer sobre o propósito final desse desenvolvimento. Ainda há muita coisa boa pela frente e a paciência nos ensina: é bom que tudo venha a seu tempo.


Próximo Tijolo: Observação.

Índice para todos os tijolos aqui.

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